A "privataria" de Lula.

Editorial da Folha:

O GOVERNO LULA fez o que já se esperava. Atendeu aos interesses de uma das empresas que mais doaram recursos para a campanha presidencial de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um virtual oligopólio nos serviços de telefonia em todos os Estados do país, com exceção de São Paulo.Não foi fácil. Muita "vontade política", para falar como o presidente, se fez necessária para impor aos consumidores brasileiros a compra da operadora Brasil Telecom pela Oi, que tem a Andrade Gutierrez como uma de suas principais controladoras.Havia a lei. Foi alterada. Era preciso dinheiro público. Foi concedido. Surgiram focos de resistência entre os membros da agência que regula o setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade sem experiência na área para aprovar a fusão. O Tribunal de Contas da União estranhou o negócio. Opiniões foram mudadas -em questão de 24 horas.Os interessados tinham pressa. Se a compra não fosse aprovada até hoje, a Oi teria de pagar uma multa contratual de R$ 490 milhões à Brasil Telecom. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, resolveu então levar ao pé da letra as suas atribuições. Comunicou-se. E foi assim que, depois de uma conversa com o ministro do TCU que resistia à operação, dificuldades de última hora foram superadas.A Oi se livrou assim do incômodo de pagar R$ 490 milhões e pode celebrar o que, mesmo a olho nu, parece ter constituído um excelente negócio.Já o contribuinte brasileiro não recebe maiores satisfações pelo fato de que muito mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo Banco do Brasil para possibilitar a transação. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilhões. Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilhões. Fundos de pensão de estatais também foram convocados a participar da transação, cujo valor total se estima em R$ 12,5 bilhões.Isso tudo ocorre num momento de aguda necessidade de crédito nos mais variados setores produtivos. O novo conglomerado não criará novos empregos, pelo que consta. Ao contrário, nessa área, tudo se resume a seu compromisso de não realizar demissões até abril de 2011.Qual a justificativa do governo Lula para se envolver escancaradamente no negócio? Argumentou-se que, num mercado onde predominam empresas estrangeiras, seria estratégica a presença de uma grande operadora nacional de telecomunicações.Todavia, uma surpresa estava reservada para esse último capítulo. Descobre-se agora que não existem mais impedimentos a que a nova empresa seja vendida a grupos estrangeiros.Fecha-se, assim, o ciclo de uma espetacular sucessão de casuísmos, acomodações de interesses e jogadas clandestinas -na qual, diga-se de passagem, também a oposição parlamentar participou, quando chamada a intervir.O negócio está feito. Apesar da complexidade dos detalhes, não é difícil resumi-lo ao essencial. É um caso de compra e venda. Nada mais que isso.
..................................................................................
Comento: Todas as privatizações feitas na área das telecomunicações no governo FHC geraram uma receita, para o Brasil, de R$ 30 bilhões, além da transferência de uma dívida em torno de R$ 2 bilhões. Deste total, os fundos de pensão entraram com menos de R$ 2 bilhões. Reconhecidamente, a privatização das telecomunicações permitiram que o Brasil desse um salto para o futuro, impossível de ser dado através do jurássico sistema Telebras. No entanto, as "privatarias", assim denominadas pelo PT e por Lula, foram a principal bandeira contra a oposição mesmo na campanha presidencial de 2006. O que estamos assistindo hoje? A privatização da privatização, com uma diferença. Lula muda a lei para criar um monopólio privado, cujo dono é um dos principais doadores das suas campanhas e do seu partido. Os bancos públicos do Brasil estão bancando mais de 50% do negócio! E sabe o que a oposição está dizendo? Nada, pois um dos sócios é irmão do ex-presidente do PSDB e atual senador do partido que, inclusive, virou as costas para Geraldo Alckmin em 2006. FHC, por sua vez, em nenhum momento se manifestou contra o negócio. É assim que anda o Brasil. Alô, alô, seu Chacrinha, aquele abraço!

15 comentários

A marolinha Tsumani continua!

"Crise atrapalha Petrobras
Incertezas nas cotações do dólar e do petróleo adia divulgação do Plano de Negócios 2009-2013"

Guga

Reply

Alô, alô, eleitor, velho palhaço!


¬¬
Lia

Reply

Palavras do Pinóquio Marolinha 51 da Silva:
“Acho que empresário corrupto tem que ter medo do PT, pessoas que degradam o meio ambiente têm que ter medo do PT, pessoas que praticam corrupção têm que ter medo do PT, aqueles que querem manter relações com o Estado entrando pela porta dos fundos têm que ter medo do PT...”
(Candidato Lula, Caros Amigos, 2001)

Reply

Coronel, devassa na vida de qualquer cidadão, começando pelo acesso ao banco de dados da Receita Federal, o que pode ser feito até de maneira informal, não é verdade, pois onde ficam instalados os escritórios do SNI ? O povo paga, mas não é burro.

Supremo vai julgar se agentes da Abin podem ter acesso a dados da PF
Ricardo Brito - Correio Braziliense Comentários Avalie esta notícia
A defesa do banqueiro Daniel Dantas pretende levar, se for necessário, o questionamento sobre legalidade da atuação de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na operação policial Satiagraha até o Supremo Tribunal Federal (STF). No recurso contra a condenação por tentativa de suborno, os advogados de Dantas vão alegar que não há respaldo legal para essa cooperação. A apelação ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) contra a sentença do juiz paulista Fausto de Sanctis deve ocorrer nos próximos dias, assim que for intimado oficialmente para apresentar suas primeiras alegações.

Numa frente jurídica mais rápida, a defesa também deve questionar essa ajuda nos sucessivos habeas corpus que têm impetrado na Justiça Federal contra a condenação e o inquérito principal no qual Daniel Dantas é investigado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. É nele, aliás, em que está mais evidente a cooperação de servidores da Abin. “A agência não tem status para conduzir investigações, o que é uma atribuição exclusiva da Polícia Federal”, afirmou o advogado Gustavo Teixeira, da banca de defensores do sócio fundador do grupo Opportunity.

O juiz paulista Fausto de Sanctis, que rejeitou na sentença que impôs a Dantas a tese da contaminação da prova por causa da cooperação da Abin, sinalizou em sua decisão que a ajuda não coloca o inquérito principal em xeque. “As investigações posteriores que se processam no inquérito policial sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro podem convalidar as provas até então obtidas quando respeitadas as decisões judiciais. As provas então obtidas constituiriam fonte independente e, portanto, não contaminadas”, descreveu o magistrado, na sentença.

Por um caminho mais direto, essa discussão pode chegar ao Supremo. Em 11 de dezembro, o PPS ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade em que questiona decreto que possibilita a servidores da Abin ter acesso a base de dados de órgãos do governo, como a própria PF – o chamado Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). É o decreto a que se apega o delegado Protógenes Queiroz, que foi responsável pela Satiagraha, e o diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda, para defender a tese de que a cooperação foi legal.

“Com isso (o decreto), a Abin passou a dispor de mecanismos que lhe permitem fazer uma verdadeira devassa na vida de qualquer cidadão, ao completo arrepio dos mais comezinhos direitos individuais, como o direito à intimidade e à inviolabilidade de dados, bem como ao devido processo legal”, sustenta a ação do partido. “O maior aliado objetivo de Daniel Dantas é o Protógenes”, criticou o deputado Raul Jungmann, do PPS, ressaltando que o decreto foi modificado em agosto, portanto um mês depois da apuração policial, “de maneira a legalizar a operação”.

Ciente da importância do caso, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo, decidiu julgar a ação diretamente no mérito. O placar de um futuro julgamento é incerto, segundo ministros consultados pelo Correio. “Não posso adiantar meu voto, mas é um caso que pode ter repercussão em casos concretos”, declarou o ministro. “Vamos avaliar até que ponto a lei encerra uma simples cooperação e se existe algo que implique em invasão”, pondera o ministro Marco Aurélio Mello. Alvo de um suposto grampo feito pela Abin, o presidente do STF, Gilmar Mendes, aponta, pelas declarações públicas, ser o único contrário à cooperação. “Havia um total descontrole nessa seara”, afirmou Mendes, em entrevista coletiva na última sexta-feira.

Reply

SEM



C O M E N T Á R I O S

Reply

Putz, assim a abin está acima até de uma decisão judicial para quebra de sigilo seja qual for. Ela investiga e atropela os direitos elementares ?
É assim ?
A Justiça fica de olhos fechados , mesmo ?
Então, não é inteligência estratégica, assessoria, é polícia do Estado.

Reply

Prezado Coronel,

Isso é a babacolândia aonde espertos (burros, no entanto) estão preparando a geléia geral que será catalisada pela marolinha ou barrigada.

Pobre banânia.

Boolas

Obs-

Desdobramentos de 64 e Da. Zelite tem responsabilidade nisso.

O mal não foi extirpado políticamente pelos gerentes entre 64 e 85 e ressurgiu para tomar o poder, provávelmente por gerações.

Reply

No Brasil do chulé, vcs querem bacalhaú ??

Reply

Coronel

Faz-se o negocio, neste caso uma fusão e depois è tudo vendido para estrangeiros? È isso?

E qual foi a comissão do vagabundo e traidor lula?

Reply

Gente, que fala demais!
Não é bem assim, o governo não agiu de má fé nessa transação de serviço público e do mais elevado interesse da nação... Exatamnete como ficou provado, recentemente por uma cartomante, uma taróloga, um pastor espírita e um inciado, expulso de uma confraria de ciências ovultas.
E dessa reunião secreta ficou provado os mistério e descobriu-se o mistério da ARKIFORTUNA do lulinha...

Provaram, essas mágicas pessoas apontadas acima, ter sido o lulinha avatarizado ou abduz(s)ido por um Gêneo da finanças, e por essa genialidade é que ficou trilionário, com as suas ações absolutamente lícitas e dentro da lei.

Dizem ser esse gêneo das finaças uma coisa tão estraordinária, que perto dele Bill Gates é mero aprendiz.

A fusão, também, é talvez a sugestão e o interesse desse Avatara...

Reply

Mesmo antes da oficialização desss estatização e monopolização dos serviços telefonônicos no País, devolvendo-nos aos tempos dos telefones a disco, já se registravam piora substancial nos serviços.

Daqui para frente voltará o caos e não demora teremos que pagar dez mil por uma linha telefônica.

Reply

A "sofisticada organização criminosa", que tanto se opôs às privatizações da era FHC, caminha a passos largos para concretizar um feito inimaginável, que é a privatização do país, convertido em refém dos interesses dos petralhas e dos seus apaniguados.

Reply

Coronel

Vem no Jorge Serrão referente ao cachaceiro. Transcrevo parte do texto.

"Como superar a herança maldita do Boi?

A masturbação é a melhor maneira de fazer sexo. Motivo: Você f.. com quem quiser"... O princípio sacana se aplica direitinho ao popular chefão chegado numa cana. Ainda mais que a masturbação mental e verbal dele é viagrada por ações estratégicas e táticas de comunicação. Todas cuidadosamente planejadas pelas mentes revolucionárias da turma do Bolcheviquepropagandaminister.

Na Era da Marketagem, o Brasil vive seu momento histórico mais cínico. A cada dia nos consolidamos como um País neocolonizado e mantido artificialmente na miséria pelo poder real globalitário. Não geramos ou distribuímos riquezas na proporção desejável e compatível com nossas potencialidades. Apesar da constatação, cabe uma pergunta no melhor estilo bovino: A gente sifu? Ou nosfu?

Não! Ainda não! Nunca é tarde para reagir. Mas a vaca ta indo pro brejo... Violentada pelo Boi da Traição Nacional. Culpa da omissão generalizada (sem trocadilho). Ou por causa da conveniente conivência dos brasileiros com as coisas erradas.

No fim das contas, sobrevivemos ao banqueirismo. Suportamos, no sufoco, juros elevadíssimos, que atraem especuladores e aumentam os lucros do sistema financeiro. Tudo para financiar e rolar as dívidas de um desgoverno incapaz de controlar seus gastos supérfluos.

Todo mundo sabe que o tal do Boi - animal político a que nos referimos - é um baita entreguista pragmático. No passado, entregou adversários sindicais ao Departamento da Ordem Política e Social. No presente, entrega a Nação.

Cuida, primeiro, de seus interesses políticos particulares. Também administra, nas sombras, os negócios pessoais ou do grupo que o cerca. Cada dia fica mais rico, poderoso e, por extensão, popular."

http://alertatotal.blogspot.com/

Reply

Essa gente merece empalamento público.
Só!!!!

Reply

Essa é para não nos esquecermos da CPI do Grampo, Coronel. Alguma nota oficial da abin, mesmo que não subscrita, a respeito ?
Dossiês espúrios de dentro da ABIN contra membros da CPI
Venho a esta tribuna fazer uma grave denúncia: dossiês contra parlamentares desta Casa que estão sendo produzidos dentro da Agência Brasileira de Inteligência por servidores que foram recentemente afastados pelo Presidente Lula. Faço esta denúncia porque ela chega de fonte fidedigna, que informa que jornalistas estão sendo chamados para receber esses dossiês. O objetivo é tentar desacreditar o trabalho que este Parlamento vem fazendo na Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas. Nós não procuramos apontar ou acusar quem quer que seja. As pessoas que aqui vieram representando aquela instituição é que mentiram perante o Parlamento! Mentiram perante a CPI! Faltaram com a verdade ao dizer que apenas atuaram de modo informal quando, na verdade, foi informal com mais de 75 agentes envolvidos numa operação. Colocam em dificuldades, inclusive, o Gabinete de Segurança Institucional, que vem sendo conduzido pelo General Felix, quando pegam um agente, que tinha por obrigação fazer a proteção do Presidente da República na cidade de São Paulo, e o colocam na situação difícil de fazer uma campana de alguém que ele nem sequer sabia quem era. Estava o agente desvirtuado, portanto, de sua atividade, de sua função, matéria que, inclusive, a revista Veja traz esta semana. Então fica aqui a denúncia configurada de que um tal de François, que se diz assessor para assuntos de imprensa da direção da Agência Brasileira de Inteligência, ora afastado, está procurando jornalistas para tentar intrigá-los com os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito. Por isso, faço agora este registro para que fique consignado que esta Comissão não se dobrará aos interesses espúrios de quem quer que seja muito menos daqueles que mentiram perante o Congresso Nacional. Muito Obrigado, Sr. Presidente.

Pronunciamento feito na tribuna do plenário da Câmara no dia 1 de dezembro de 2008

Reply