MST é uma comédia, diz pesquisador.

Em entrevista publicada hoje, na Folha de São Paulo, o professor de sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Zander Navarro, que é um dos principais pesquisadores da atuação do MST, mostra a deterioração do movimento. Ex-aliado de movimentos agrários e hoje crítico deles, o autor de "Mobilização sem Emancipação - As Lutas Sociais dos Sem-Terra no Brasil" diz que as invasões são uma forma de o movimento se manter nos holofotes.

FOLHA - Que análise o sr. faz deste "abril vermelho"?
ZANDER NAVARRO - A organização precisa das manchetes para se cacifar junto a outros atores do mesmo campo. Há vários problemas, contudo, que se sobressaem nos anos mais recentes. Primeiro, parte importante das ações são organizadas sobre temas que nem remotamente estão no campo de interesses e reconhecimento dos trabalhadores rurais, indicando manipulação, especialmente de famílias de assentamentos. Há também crescente inquietação com a evidente falta de legitimidade dos dirigentes. São inúmeros os sinais, nesses anos, de que o MST perdeu a sua razão de existência e sua disparatada agenda é o próprio reflexo deste descaminho.
FOLHA - O sr. fala de invasões de prédios públicos ou multinacionais?
NAVARRO - O movimento apela para outras formas de protestos como artifício de atrair holofotes que possam reforçar a necessidade de sua existência. O MST não é mais do que uma organização do sistema político, integrada por algumas centenas de militantes profissionais, que não sabem fazer mais nada. Se sumir da cena política como obterá recursos públicos que sustentam a organização? A tudo isso o governo federal assiste passivamente. A manutenção dessa comédia atende interesses de militantes profissionais do MST, intelectuais desinformados, estudantes encantados com a retórica radical, corporativismo do Incra e segmentos radicalizados da classe média, que jamais pisaram em áreas rurais.
FOLHA - A reforma é necessária?
NAVARRO - Mantenho o argumento que defendo há quase uma década: o tempo da reforma agrária há muito deixou de existir. Atualmente, se tanto, se justificaria uma ação mais ousada apenas no chamado "polígono das secas", onde se concentra praticamente a metade das famílias rurais mais pobres.
FOLHA - Há argumentos válidos para as invasões?
NAVARRO - O MST perdeu a chance de entrar na história brasileira, a partir do final da década de 1990, quando poderia se transformar na maior organização voltada ao desenvolvimento rural a favor dos mais pobres. Precisaria se institucionalizar, impor transparência no processo de decisões e abraçar o jogo democrático.
FOLHA - O que ocorreu?
NAVARRO - Seu líder maior [João Pedro Stedile], infelizmente, é muito tacanho e prefere continuar usando crianças em ocupações, manipular assentados com recursos públicos, doutrinar jovens em suas patéticas escolas rurais e, se necessário, usar até da violência para manter o controle interno.

10 comentários

17 de abril, Coronel. E aí está:

Lauro Jardim Radar On Line
MST invade Carajás | 07:39

Depois de mais de uma semana acampados a cerca de 100 metros dos trilhos, o MST cumpriu a ameaça e acaba de invadir a estrada de ferro Carajás. Cerca de 2 000 sem-terra já paralisam a ferrovia neste momento, no trecho que passa pelo município de Parauapebas, no Pará.

Os manifestantes paralisaram uma composição de 200 vagões e fizeram um maquinista de refém, segundo informações que a Vale recebeu agora há pouco.

É a terceira vez que os sem-terra invadem Carajás no últimos sete meses.

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Coronel, o entrevistado apontou uma coisa interessante que é comum à maioria dos chamados movimentos sociais: criado supostamente para a defesa de algo realmente importante, como a questão agrária, terra para QUEM QUER TRABALHAR NELA, na realidade foi criado para satisfazer o oportunismo de alguns bandidos que de terra não entendem nada.

Zé do Coco

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Da mesma forma que ellles "mapeam" as fazendas, produtivas ou não, dá para fazer o mesmo com o movimento, é muita gente para deslocar. O uso de informações de inteligência pode e deve ser utilizado contra esses vandalos. Interromper o suprimento de mantimentos delles é um grande começo (menos da cachaça - deixa elles fazerem bobagem ao vivo e a cores).

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Coronel:

muito elucidativa essa entrevista. Mas nao vai dar nenhum resultado pratico. O Governo vai seguir usando o MST como seu braco armado, e a PF nao fara' nada contra o Stedile & outros.

Como o entrevistado assinala, a Reforma Agraria ja' esta' na lata de lixo da historia. So' a extrema esquerda encastelada no INCRA continua acreditando nessa balela. Se o INCRA tiver sucesso vai faltar comida na mesa dos brasileiros, e nao vai ser porque os brasileiros comem 3 vezes ao dia, mas porque o campo foi IMPEDIDO de produzir.

Enquanto isso o Brasil, escravo do Foro de Sao Paulo, assinou na ultima semana de marzo, protocolo com a Venezuela de Chavez, para salvar a pele do Makako Loko nas proximas eleicoes. Pois la' ja' esta' faltando comida nos super-mercados para o povo comprar. E a Venezuela nao tem um unico hectare sequer destinado `a producao de bio-combustiveis.

Quem nao se lembra que foi o Brasil que salvou Chavez, quando este enfrentava a greve dos petroleiros. Um sindicalista brasileiro meteu a pique um movimento grevistas de sindicalistas venezuelanos...

O texto dos protocolos assinados por Celso Amorim em Recife, por ocasiao da visita do Makako Loko, podem ser assessados via o Ex-Blog do Cesar Maia de 17/04/2008, que da' os links. Nesses protocolos fica evidenciado claramente o objetivo POLITICO de um paiz membro do Foro de Sao Paulo salvar a pele de outro membro do mesmo Foro.

Hereticus

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Coronel,
permaneça atento. Essa onda de agroinflação está provocadno uma série de contestações na Europa e nos EUA. Atacam os biocombustíveis, mas já começam a falar que o Brasil tem muita concentração de terras e baixa produtividade. Falam que não protegemos a Amazônia e abandonamos os nossos índios. E, enquanto discursam, exércitos europeus (ingleses e holandeses) são adestrados nos combates de selva nas suas Guianas. E as forças armadas nacionais seguem andando de fusca e opala, sem rancho nem munição. A quem isso interessa?
Sds.,
de Marcelo.

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Infelizmente o MST (ou FARBs - Forças Armadas Revolucionárias Brasileiras) não é uma comédia. É uma tragédia para todos nós que somos obrigados a sutentá-los e assistirmos aos seus desmandos. Não há nada capaz de paralisar suas atitudes. Com mandados de prisão em aberto ministram acintosamente "aulas magnas"(?) nas universidades como se banditismo fosse matéria curricular.
Só espero que não resolvam se transformar também em "sem-casa" e resolvam querer a minha que custou anos de trabalho.

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Se o que o MST quer é visibildade para continuar mamando porque a imprensa não noticíam, sem mostrar imagens?
Grande parte do oba-oba é aparecer na TV.

Mago

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Comédia de humor negro e de péssimo gosto.

Mas eu vejo uma milícia paramilitar como algo terrível, verdadeiro terror.

São verdadeiros terroristas e usam das mesmas táticas das FARC.

Não demoram a tornar reféns e a exigir resgate se não lhe derem o que desejam.

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Não acho que é comédia não.
É muito mais sério do que parece.
Lilyanne

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Dr Evil concorda com a Lilyane. Nao tem nada de comedia. Sao bandidos. Sao terroristas. Usam tecnicas aprendidas com os narco-guerrilheiros. O lugar de todos ellles e no cemiterio. E se alguem nao comecar a manda-los pra algum, ellles vao continuar praticando seus crimes sem nenhuma punicao, e com dinheiro do povo que e presenteado pelo governinho.

Muitos desses bandidos ai devem ter seu nome naqueles laptops apreendidos no Equador.

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