FARC: memória dos crimes.

Comentaristas já haviam dado a dica. Aqui vai o link para a Revista Semana, da Colômbia, que faz um completo apanhado sobre as informações até agora reveladas do computador de Raul Reyes. Hoje a comissão da OEA chega ao Equador para iniciar as investigações.

3 comentários

Prezado Sr. Cel:

Ainda sobre nuestro Comandante El-Cagón:

A seguir trechos da entrevista que o sociólogo argentino Juan Gabriel Tokatlian, 53 de Buenos Aires, na Folha de Hoje:
FOLHA- Como o sr. avalia todo esse episódio?
JUAN GABRIEL TOKATLIAN - O que ocorreu tem três faces. A primeira, fundamental, é que se produziu um ato violento, que afetou as relações interamericanas, significou uma violação do direito internacional e vai ter profundas repercussões futuras. Provavelmente se instalou aqui definitivamente a noção da guerra contra o terrorismo, que era mais própria do Oriente Médio, da Ásia Central, etc.
Em segundo lugar, no campo específico da Colômbia, o que se produziu foi menos o exercício de um presidente que seguia exigências de Washington e muito mais a oportunidade política interna de dar às Farc um golpe demolidor. Provavelmente estamos em um ponto de inflexão muito significativo da confrontação armada na Colômbia. Por isso, para grande parte da população colombiana, a ação foi percebida como uma vitória. Mas ela foi conseguida por meio de um instrumento ilegal e ilegítimo do ponto de vista latino-americano.
O TERCEIRO PONTO -E NISSO O MAIS AFETADO É O BRASIL- é que desmoronou a noção de que a América Latina ia a caminho da união sul-americana. Esse projeto, que o Brasil em particular defende tanto, caiu como um castelo de cartas. A América do Sul não pôde se antecipar a isso, nem evitar que se rompessem relações entre países, nem conseguiu que a solução seja segura e definitiva. Aqui há cada vez mais retórica de integração e prática de fragmentação. A área andina é uma zona de fratura, de fortes tensões, e é uma responsabilidade especial dos países do Cone Sul encontrar uma estabilização política. Para isso, antes de ampliar o que o Cone Sul deve ser, e o BRASIL TEM DE SER MUITO RESPONSÁVEL AQUI,é preciso aprofundar os níveis de integração sub-regional. Do contrário, o Cone Sul será irrelevante.
FOLHA - O SR. AINDA VÊ COMO UM FRACASSO A ATUAÇÃO BRASILEIRA?
TOKATLIAN - MAIS QUE UM FRACASSO, FOI UM GOLPE PARA O BRASIL, porque o país não pôde nem antecipar nem consolidar mecanismos que evitassem a crise. Depois do ocorrido, é preciso uma profunda reflexão no Brasil, porque nesta parte do mundo o que mais se necessita agora é uma forma inovadora de liderança, que seja coordenada, múltipla, compartilhada - na qual, claro, a responsabilidade do Brasil é maior, por seu peso e tamanho. Mas solitariamente o Brasil não vai resolver os problemas da América do Sul. Ele precisa da região em paz, para seu desenvolvimento e para sua aspiração de ser um poder emergente importante.
FOLHA - Quem ganhou e quem perdeu com a disputa?
TOKATLIAN - O BRASIL É UM PERDEDOR. O Equador também, por ter sido violentado em sua soberania. Perdeu Hugo Chávez, que teve uma atuação desproporcional, desnecessária, que deu um sentido exagerado a um problema real, mas do qual não pôde tirar benefícios. Já Uribe consolida seu predomínio político interno, o que o levará provavelmente a vencer um novo mandato, se for possível, através de uma reforma constitucional, permitir outra eleição.
Assinantes lêem aqui: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/

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Coronel

Ainda sobre o envolvimento de Correa com as FARC, desee 2006.

Farc financiaram campanha de Correa no Equador, dizem autoridades
Fontes do governo colombiano afirmaram que documentos encontrados no computador do narcoterrorista morto Raúl Reyes demonstram em detalhes o financiamento eleitoral das Farc ao atual presidente do Equador, Rafael Correa.

A revista colombiana Semana divulgou em sua última edição trechos de e-mails do governo colombiano informando sobre os três computadores apreendidos no acampamento das Farc no Equador, local onde vivia Reyes. Uma das mensagens foi escrita em 17 de setembro de 2006, antes do primeiro turno das eleições equatorianas. Trata-se de e-mail enviado por Reyes a Manuel Marulanda, o "Tirofijo", nº 1 das Farc, com o seguinte texto: "Em nota enviada ao Secretariado (das Farc), explico sobre a ajuda dada à campanha de Rafael Correa de acordo com suas instruções".

Correa venceu as eleições no Equador no segundo turno em novembro de 2006. Duas fontes, uma do governo colombiano e outra da polícia, afirmaram à Associated Press que os textos publicados são autênticos. As fontes não quiseram se identificar por questões de segurança.

(Diego Casagrande)

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Prezado Sr. Cel:

Porque essas gralhas, coloridas, barulhentas e cagonas, que vivem às nossas custas em Brasília, não solicitam a abertura de uma CPI sobre o Foro de São Paulo?
Será necessário uma pressão popular e da mídia em grande escala para que façam algo?
Serão todos também, "cagones"?

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