Falha de caráter.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, há pouco, a ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, aquela que foi demitida pela opinião pública brasileira por ter desviado dinheiro do povo para uso pessoal, usando para isso o cartão corporativo da Presidência da República. Aquela da comprinha sem-vergonha no duty free. "Ela sai do governo sem ter cometido nenhum crime, não cometeu nenhum delito, teve apenas falhas administrativas", disse Lula. Ele contou que aconselhou a ministra a deixar o cargo, pois estava sendo "massacrada e triturada". A declaração foi dada durante a cerimônia de posse do novo secretário, Edson Santos(PT-RJ).

Nada mais natural que Lula, que sempre defendeu o caixa-dois do PT, que mantém um ministro cuja demissão foi determinada pela Comissão de Ética Pública, que acha que "erro" e "crime"são sinônimos e que esconde os seus próprios gastos em nome da "segurança nacional", defenda que uma autoridade desviar dinheiro público para fins pessoais seja apenas "uma falha administrativa". Ainda bem que para a maioria dos brasileiros, ao contrário do defende e propaga Lula, o nome desta "falha administrativa" continua sendo apropriação indébita, peculato, corrupção ativa ou crime muito pior. É sinal de que o Brasil, apesar de Lula, ainda tem jeito.