Mensagens interceptadas no telefone celular de Léo Pinheiro,
ex-presidente da construtora OAS, sugerem repasse de dinheiro ao
marqueteiro Valdemir Garreta vinculado ao senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) mais de um ano antes da campanha oficial do petista ao governo
do Rio. Garreta foi o responsável pela comunicação da campanha em 2014.
As mensagens foram trocadas por Pinheiro com outros funcionários da
OAS em junho de 2013. No dia 11 daquele mês, o então presidente da OAS
encaminhou para Ramilton Machado, então diretor da empreiteira, mensagem
dizendo: “Garreta vai te procurar x320. C/C Épcot Lindo”. Minutos
depois manda outra mensagem: “Euros”. Uma semana depois, Machado manda
mensagem para Pinheiro dizendo que encontrou com a pessoa que iria
procurá-lo, mas que “ele me disse que era 350”.
Machado complementa que:
“ele me disse também que tem 2.0 para resolver no prazo de 10 meses”.
Não aparece no relatório da PF qual foi a resposta de Pinheiro. Para a
PF, “Lindo” seria uma referência ao senador do Rio. Em um relatório, a
PF suspeita de uma “contabilidade paralela” na campanha. O laudo sobre a
troca de mensagens foi anexado a inquérito que tem o senador como
investigado.
O senador afirmou em nota “que desconhece o assunto tratado pelo Sr.
Léo Pinheiro com o Sr. Valdemir Garreta em mensagens telefônicas de
junho de 2013. Naquela época, não existia vínculo profissional entre o
publicitário e o senador”.
Garreta disse ao GLOBO que realizou pesquisas
relativas às eleições nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Teria
cobrado R$ 350 mil da OAS pelo serviço. Os outros valores eram relativos
a um contrato de assessoria de imprensa com a empreiteira.
— Se esses estudos têm vínculos com candidatos ou partidos, eu não
tenho ideia. Só entreguei para o cliente — disse Garreta, reiterando que
só começou a trabalhar com Lindbergh em 2014.
MEDIDA PROVISÓRIA
No relatório feito pela PF
há registros de conversas de Pinheiro com Lindbergh e dirigentes da
empreiteira falando sobre a MP 600, que tratou de aporte da União para a
Caixa ampliar investimentos em infraestrutura.
O senador teria,
inclusive, se reunido em maio de 2013 com um diretor da empresa para
debater o tema. Lindbergh afirmou que “não favoreceu qualquer empresa
privada” na tramitação da MP. E destacou ainda “que não participou das
reuniões temáticas envolvendo a referida medida provisória, assim como
não votou no momento da aprovação do texto final”.
No celular de Léo Pinheiro há ainda o registro de conversas cordiais
do senador com o empreiteiro. Alguns encontros são marcados. Um deles
para que o senador assista a uma apresentação da empreiteira sobre os
projetos na área de infraestrutura. E Lindbergh agradeceu da seguinte
forma o cumprimento recebido por seu aniversário, em dezembro de 2013:
“Leo, vc é um grande amigo. Obrigado”. (O Globo)
1 comentários:
Seria a história do cara pintada que virou cara de paz ?
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