Segundo o Estadão, executivos da OAS que aparecem nas trocas de mensagens envolvendo o atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, – e indicadas como suspeitas pelos investigadores da Operação Lava Jato – foram nomeados secretários de Estado no governo da Bahia. Um dos dois executivos mencionados chegou trabalhar na Secretaria da Casa Civil durante a gestão de Wagner.
Bruno Dauster e Manuel Ribeiro Filho foram empossados
em pastas estratégicas do Estado em janeiro de 2015, quando o sucessor
de Wagner, Rui Costa (PT), assumiu o governo da Bahia. Manuel Ribeiro
Filho, ex-diretor da OAS na Bahia, assumiu a Secretaria de
Desenvolvimento Urbano do Estado em janeiro de 2014 e se manteve na
chefia da pasta até o fim do ano.
Dauster, ex-diretor de desenvolvimento
da OAS, se mantém até hoje na Secretaria da Casa Civil do Estado. Na
gestão Wagner, antes de assumir a função de secretário, foi chefe de
gabinete da Casa Civil no Estado.
As interceptações são de mensagens que envolvem Léo Pinheiro,
ex-presidente da OAS condenado a 16 anos de prisão por corrupção,
lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema na Petrobrás. Em
troca de mensagens entre números não identificados até o momento,
obtidas por meio da interceptação de diálogos do celular de Léo
Pinheiro, há texto em que Dauster é citado como alguém que “sabia tudo
de metrô”, em possível referência às obras no metrô de Salvador. “Para
sua informação tanto JW quanto Rui Costa dizem que Bruno Dauster sabia
de tudo do metrô e como é gente sua...Abc MK”, diz a mensagem.
Ribeiro Filho é um dos executivos que aparecem em troca de
mensagens com Pinheiro sobre o apoio à candidatura do petista Nelson
Pellegrino à prefeitura de Salvador, em 2012. No final daquele ano,
antes do segundo turno das eleições, Ribeiro se afastou por motivo de
saúde da OAS, onde trabalhava como diretor operacional. No início de
2014, foi nomeado secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia pelo
então governador Jaques Wagner, cargo que ocupou até o final do ano.
Durante sua gestão na secretaria, Manuel Ribeiro foi um dos
principais defensores da construção de uma ponte entre Salvador e a ilha
de Itaparica, obra que de interesse da OAS, uma das construtoras que
desenvolveram o projeto. Ele é irmão do escritor João Ubaldo Ribeiro,
morto em 2014, que era morador da ilha. Os dois se desentenderam por
causa do projeto, orçada inicialmente em R$ 5,7 bilhões e cujo custo
chegou a R$ 7 bilhões. Prometida para 2013, não saiu do papel.
Manuel Ribeiro Júnior disse que as conversas interceptadas
pelos investigadores da Lava Jato se referem a negociações para doações
eleitorais. “Aquilo ali está bastante claro que era uma coisa de
campanha eleitoral. Provavelmente algém pediu a doação e, como Léo não
podia vir aqui (a Salvador), deve ter passado para que a gente
discutisse, mas eu não me lembro nem de ter discutido esse asunto”,
disse ele.
Ribeiro disse que a “figura” citada na transcrição não é o
então governador Jaques Wagner. “Não sei quem era”, disse. Segundo ele, a
discussão com Wagner se restringiu a uma “relação institucional”, e que
o assunto Mário Kertész nunca foi tratado. “Na realidade, você pega a
conversa mas não pega o resultado. Ali não se tem o resultado se foi
realmente pago. Eu não sei se foi pago”, disse.
Dauster afirmou, via assessoria de imprensa da Secretaria da
Casa Civil da Bahia, que não se recorda das conversas relatadas pela
reportagem e disse que elas estão fora de contexto. Ele informou que, em
2013, data das mensagens, já estava na Casa Civil e afirmou não fazer
sentido levantar qualquer dúvida em relação à licitação do metrô de
Salvador porque a OAS perdeu a concorrência.
Durante o período em que Wagner e Costa estiveram no comando
do governo baiano, a OAS foi responsável por inúmeras obras de
infraestrutura e revitalização no Estado. A Via Expressa Bahia de Todos
os Santos, por exemplo, é considerada a maior intervenção viária em
Salvador dos últimos 30 anos. A obra custou R$ 480 milhões, foi
inaugurada em 2013 e levou quatro anos para ficar pronta.
Outra obra tocada pela OAS, ainda não concluída, para
revitalizar a orla da capital baiana já custou R$ 179,4 milhões ao
Estado. Os dados são do portal da transparência do governo da Bahia. O
projeto foi feito para ser entregue antes da Copa do Mundo, mas ainda
não está pronto. A OAS integrou ainda, junto com a Odebrecht, outra
empresa citada na Lava Jato, o consórcio Fonte Nova Participações,
responsável pela reconstrução da Arena Fonte Nova.
2010. Doações da OAS mostram que a ligação
entre Wagner e Pinheiro data pelo menos de 2010. Segundo a prestação de
contas disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral, Wagner recebeu
naquele ano R$ 1,5 milhão diretamente da empreiteira para a campanha de
reeleição ao governo da Bahia. Rui Costa (PT-BA), aliado de Wagner e
sucessor dele no cargo, também teve o apoio indireto da empresa nas
eleições de 2014. Os diretórios nacional e estadual do PT repassaram à
campanha dele R$ 4,2 milhões, doados pela OAS.
4 comentários
Trememdo BAMDIDO! Como
Replytodo petista. Agora, imagina a quadrilha toda petista solta pelo Brasil apagando provas, tramando conluioa contra a Nação Brasileira, roubamdo dinheiro publico e cometemdo movos crimes!!!! PQP!
A Casa Civil, em governos de partidos socialistas, é o cargo de maior poder. Equivale ao Secretário Geral do partido.
ReplySó para terem ideia do poder delegado à empreiteira.
Lanterna
promiscuidade, teu nome é PT ! depois vem com conversinha fiada que é imoral as doações de campanha pelas empreiteiras....
ReplyO nome disso é máfia, e das grande e organizada, muito organizada. Estamos ferrados, meus caros!
Reply