Depois da mudança de tom do Banco Central — com a divulgação de uma 
nota do presidente, Alexandre Tombini, com comentários sobre as 
previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia 
brasileira e a manutenção da taxa básica de juros (Selic) —, o mercado 
reviu as projeções para a taxa básica de juros e de inflação.
 A previsão para a taxa básica de juros no fim de 2016 caiu de 15,25% 
para 14,64%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as 
estimativas das principais instituições financeiras. 
Para a média do 
ano, o mercado reduziu de 15,30% para 14,84%. Já a expectativa para a 
inflação foi ampliada de 7% para 7,23%, distanciando-se mais do teto da 
meta do governo para o ano, que é de 6,5%. Para 2017, a previsão de 
inflação subiu de 5,40% para 5,65%.
Na
 semana passada, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 
14,25%, dividido e sob pressão política para não aprofundar ainda mais a
 recessão econômica. A decisão foi marcada por polêmica. Na última 
terça-feira, o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária 
(Copom), o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou um comunicado 
inédito, logo pela manhã, no qual classificou de “significativas” as 
mudanças nas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação
 à economia brasileira. 
Na nota, de apenas cinco linhas, ele ressaltou 
que o FMI atribui a fatores não econômicos as razões para a “rápida e 
pronunciada” deterioração das previsões.
Um dia depois, o Copom acabou decidindo manter estável a taxa básica 
de juros da economia. Seis integrantes do Copom votaram pela 
estabilidade da taxa, enquanto outros dois defenderam alta dos juros 
para conter os preços.
MUDANÇAS NO PIB
O mercado também reviu as 
estimativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2016,
 a previsão agora é de recessão de 3%, ante 2,99% no relatório anterior.
 Para 2017, o crescimento estimado foi reduzido de 1% para 0,80%.
Ao mesmo tempo, foram ampliadas as projeções para o câmbio. Para o 
fim deste ano, a previsão subiu de R$ 4,25 para R$ 4,30. Para fim de 
2017, passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. (Globo)

