Coluna de Aécio Neves, presidente do PSDB, na Folha de São Paulo, hoje, intitulada "Ascenção e queda":
Em 2008, quando o Brasil recebeu da agência de classificação de risco
Standard & Poor's (S&P) o grau de investimento, o então
presidente Lula e todo o seu governo comemoraram.Era o reconhecimento de que somos "um país sério, que tem políticas
sérias, que cuida de suas finanças com seriedade", disse Lula. Semana
passada, a mesma instituição alterou a perspectiva da nota de crédito do
Brasil para negativa.
Em bom português, corremos o risco de perder o selo de bom pagador
conferido pelo grau de investimento. Isso não é pouco. Goste-se ou não
dessas agências, elas influenciam o mundo dos negócios e o mundo da
economia.
O rebaixamento do Brasil tende a provocar um movimento perturbador em
cadeia. Empresas (e até estados e municípios) também são impactados.
Outras agências de classificação podem seguir o procedimento e, se duas
cortam a nota, vários fundos estrangeiros tendem a retirar os recursos
do país.
Resultado: alta do dólar, juros mais altos, empresas retraídas, aumento do desemprego. É um cenário de muitas perdas.O selo de bom pagador não foi uma benesse gratuita. O Brasil fez com
rigor o seu dever de casa, desde a implantação do real. Contas públicas
sob controle, transparência, Lei de Responsabilidade Fiscal, foram
muitos os degraus que subimos, gradualmente, até vir a merecer a
confiança de investidores e o respeito da comunidade internacional. O
governo petista vem se encarregando de destruir esse legado.
A má gestão da política econômica e a corrupção voraz como pilar de um
projeto de poder foram letais para a saúde do país. O resultado é essa
conta salgada nas costas da sociedade: recessão, inflação beirando os
dois dígitos, inadimplência elevada, conquistas sociais em risco.
São muitos os sonhos que se perdem quando um governo erra tanto. A
compra do apartamento, a escola melhor para o filho, o novo plano de
saúde, a troca do carro, tudo se esvai.
E o que faz o governo? Nada à altura do problema que ele mesmo criou.
Aliás, o governo sequer assume que errou. Não vem a público falar da
gravidade da situação e do que pretende fazer. Ao contrário, continua a
vender quimeras.
A presidente anuncia que a crise será breve no mesmo dia em que o
governo apresenta um rombo inédito em suas contas públicas. No mesmo dia
em que se anunciam mais cortes em áreas essenciais como educação e
saúde.
Salta aos olhos o desajuste entre o discurso oficial e a realidade.
Assim, realmente, não há como reconquistar a confiança de ninguém. Nem
de agências internacionais, nem, principalmente, dos brasileiros. Em
sete anos, o que o Brasil mais perdeu foi credibilidade, em grande parte
porque ainda hoje o governo nos tem privado da verdade
5 comentários
Jornalista da Folha digitou ASCENSÃO com cedilha???
ReplyFalou tudo e mais um pouco só o PMDB insiste em não enxergar o óbvio, o governo de Dilma não tem salvação, é daí para pior, não tem volta. Sejam menos egoístas e mais patriotas, se unam novamente para salvar o que resta e reconstruir o que foi destruído pelo PT. Se continuar nesta batida o futuro que nos espera não será cor de rosa e nós não merecemos e não aceitamos que as coisas continuem assim.
ReplyBasta!
gosto de Aecio.eh simples e analisa muito bem.
ReplyO governo do pt não errou nem uma vez. Foi tudo de propósito.
ReplyO PT acabou com nosso orgulho nacional, mas não podemos dizer que eles erraram, pois queriam isto mesmo que aí está posto, colocar o país num poço sem fundo com seu projeto de poder. Para nós, é erro, mas para eles... Como podem considerar erro se eles e seus apaniguados estão ricos, aliás, milionários?
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