Governo petista injeta bilhões para um mercado sem demanda: quem vai fazer financiamento com o emprego ameaçado?

(O Globo) Preocupado com a falta de dinheiro para os financiamentos imobiliários, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou mudanças nas regras bancárias que liberam nada menos que R$ 22,5 bilhões para a compra da casa própria. Para isso, o colegiado alterou — por dois anos — as normas do chamado depósito compulsório sobre a poupança, uma parte do que os bancos recebem dos depósitos na aplicação mais popular do país que os bancos não podem usar e têm de deixar parada no Banco Central. 

No Brasil, o financiamento habitacional é feito pelos bancos com recursos depositados pela poupança e – com a renda mais apertada – o brasileiro economiza cada vez menos. Assim, minguam os recursos para os bancos emprestarem em crédito imobiliário.

Atento a isso, o CMN resolveu punir a instituição financeira que não empresta. Reduziu a parcela de 10% para 5,5% sobre a parte do compulsório que é remunerada pela Selic. E aumentou de 20% para 24,5% o compulsório que rende menos, pois é corrigido pela poupança. 

Para o ex-diretor de Política Monetária do BC Carlos Thadeu de Freitas, a medida deve ter pouco efeito, pois as incertezas da economia ainda freiam a demanda por crédito. Ele destaca que o volume de recursos pode até aumentar, mas a situação não deve mudar até que os consumidores estejam mais dispostos a tomar empréstimo e os bancos, a emprestar.

— É uma tentativa válida, mas não vai adiantar nada. O que vai adiantar é aumentar a demanda, que caiu muito, dentro dessa expectativa de que a economia está numa fase depressiva e que vai ter perda de emprego. É como o ditado: você pode levar o cavalo para tomar água, mas não pode forçá-lo a tomar água — afirmou. 

As instituições financeiras que fizerem novos financiamentos poderão ainda deduzir 18% do que deveriam recolher ao BC no compulsório remunerado pela poupança. Isso deve estimular novos contratos. Assim, o BC espera que os bancos emprestem mais para a compra da casa própria porque não valerá a pena deixar o recurso parado no BC.

— A queda dos depósitos da poupança preocupou o Banco Central — confessou o diretor de Política Monetária, Aldo Mendes. — É uma medida estudada já há algum tempo.

Na mesma reunião, o CMN decidiu fazer regras semelhantes para o crédito rural. A medida colocará R$ 2,5 bilhões no mercado para empréstimos agrícolas. Aumentou o compulsório corrigido pela poupança de 13% para 15,5%. E ainda reduziu a parcela atrelada à Selic de 10% para 5,5%. E também elevou a exigência dos bancos para emprestar em crédito agrícola das captações da poupança rural de 72% para 74% dos recursos.

Essas duas medidas tem o potencial total de injetar R$ 25 bilhões na economia. No entanto, essa expansão monetária não é bem-vinda em tempos de inflação alta. Colocar dinheiro em circulação seria contraditório com a política do BC de aumento de juros para conter os preços.

Para compensar esses R$ 25 bilhões, o CMN resolveu aumentar o compulsório para depósitos a prazo de 20% para 25%. E voltará a remunerar esse dinheiro todo à taxa Selic. É uma reversão de medida tomada no ano passado. No entanto, o abatimento desse compulsório com empréstimos de veículos, motos e capital de giro está mantido. Essa medida entrará em vigor daqui 90 dias. É mais ou menos o tempo que leva para que os primeiros financiamentos habitacionais sejam concretizados.

— Não fazia sentido aumentar a liquidez porque temos de ser coerente com o movimento de política monetária (alta dos juros que tira recursos do mercado) — ressaltou Aldo.

O conselho ainda mudou regras para alguns papéis para estimular o financiamento habitacional. Antes, os bancos poderiam abater do montante a ser usado em financiamento habitacional qualquer tipo de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Agora, só pode ter o benefício com CRIs feitos com financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Entre outras medidas, ainda aumentou o prazo mínimo de vencimento e resgate das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) de 60 para 90 dias.

Carlos Thadeu de Freitas, destaca que a mudança nas regras para aplicações nas LCI não devem ter impacto sobre o financiamento imobiliário. Isso porque, na avaliação dele, ao investir em letras lastreadas a empreendimentos do SFH, existe um risco de inadimplência, inexistente quando a instituição financeira deixa o dinheiro parado.

— Em um momento que a economia estivesse bem, poderia até estimular. O Banco Central está correta ao tentar ativar mais a economia, mas, como os bancos hoje têm sobra de recursos devido à demanda fraca, porque emprestar ao financiamento imobiliário com LCI, se ele sabe que pode ter inadimplência. É melhor deixar parado — afirma.

O CMN aprovou ainda o refinanciamento de parcelas de operações do programa Procaminhoneiro. A taxa de juros mínima dos contratos será de 6% ao ano.

13 comentários

demonstração clara e límpida do descontrole e ruindade dessa mulher no governo !

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Ou seja, nosso ¨visionário¨ governo governado por ¨estadistas¨ continua apostando no crédito (que aliás é um dos mais caros do mundo) para tocar a joça para frente. Não era esta a ¨aula¨ que os petistas queriam dar na Angela Merkel da Alemanha lá atrás para ela aplicar o jeitinho brasileiro em um dos países mais sérios do mundo? Sorte dos alemães é que a Merkel é socialista só até a página dois e também ela nunca iria levar a sério um país cheio de tantãs que só sabem pular carnaval e jogar futebol dando ¨conselhos¨ ou pitacos sobre assuntos importantes.

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Prá forçar o cavalo a beber água, tem que enfiar o focinho na água e dar uma tijolada no saco dele!

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Assalariado já não dá conta de comprar casa e pagar financiamento, com a redução do limite de financiamento para, no máximo, 50% do imóvel.

Ah, os anúncios de leilões de imóveis da Caixa já começaram a pipocar pelo país.

O país está cada vez mais parecido com a cara de PT da Bandillma!

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Oferecer financiamento fácil para depois esganar o já estrangulado consumidor de baixa renda é na verdade um crime contra a economia popular.

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Nesta semana 3 instituições bancária me procuraram para oferecer dinheiro emprestado. Eu disse:_ Se for empréstimo subsidiado igual ao feito para Cuba eu quero!
Pularam fora!

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Essa gente nunca produziu nada, nem na indústria, nem comércio, nem agricultura. Só sabem fazer regras sobre quem produz e gera emprego.
O argentário multiplica fervorosamente o dinheiro a ser emprestado; apenas números que saltam de uma conta bancária para outra. Já o produtor tem que materializar seu trabalho.
Até o final de 2015 não terá mais dinheiro na poupança se a poupança não for valorizada. Quem ganha o dinheiro são os bancos. Vamos abrir mão de uma parte dos lucros e valorizar a poupança ou não terão nem poupança nem dinheiro emprestado para receber.
Qualquer um sabe que uma economia saudável tem que ter produtividade, juros baixos, poupança gorda e redução de impostos.

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Las baratas cucaratchas estão tontas?

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Coronel,
vão construir conjuntos para os sem tetos invadirem.

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Coronel, é bom lebrar que só no último ano, o preço das apostas nas "loterias" da caixa dobraram de valor!!!! É assim que eles pretendem "capitalizar" esse monstro chamado Caixa. Apelam para o desespero das pessoas que fazem apostas nas loterias estatais!!!

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29 de maio de 2015 08:23


A Merkel socialista? O partido dela é o Democrata Cristã(CDU) o mesmo de Konrad Adenauer, primeiro Chanceler, ambos passam bem longa do "socialismo", porque esse é apenas um comunismo com cara melhorada, cuidado com o "S" dos partidos.
Adenauer, um estadista de fato, adotou o regime democrático e conteve a expansão dos soviéticos. Levou o seu país ao desenvolvimento econômico, equilíbrio social e bem-comum.


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Apoiando o "TERMINATOR disse..." Parece que não somos apenas nós que estamos furiosos com Dilma e o PT. Merckel que o diga. O resto do mundo está irritado com tanta ignorância e pretensão. Retirar Dilma será fazer um benefício para o fígado dos dirigentes ocidentais kkkk

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Apoiando "J. Freire disse..." Não é preciso construir novos. Estão invadindo os que já existem. No centro de São Paulo temos novos prédios sendo invadidos. As faixas vistosas em frente aos prédios invadidos é: ABAIXO A CORRUçÃO IMOBILIÁRIA! kkkk Administra Dilma, administra essa balburdia que V e seus companheiros construiram. NÃO DÁ, KKKK

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