Apagão no emprego.

(Estadão) O professor da Faculdade de Economia da USP, José Pastore, teme que o País, depois de ter vivenciado o apagão de mão de obra em 2010 e 2011, com empresas tendo dificuldade em encontrar trabalhadores em áreas como engenharia e construção civil, enfrente agora um apagão de empregos.

“O emprego está encolhendo rapidamente e não vejo sinais de reversão”, diz Pastore. “Quando temos uma taxa de desemprego elevada e crescente, e um tempo médio de 12 meses para se conseguir um novo emprego, é muito sério e preocupante.” Ele acredita que a taxa de desemprego da Pnad encerre o ano próxima a 9% e só aposta num alívio no mercado de trabalho a partir de meados de 2016, “se o ajuste fiscal der certo”.

Pastore vê como mais preocupante a indústria da transformação, duplamente complicada por estar perdendo empregos e pessoal qualificado. Outro setor em apuros é o da construção civil, há até pouco tempo carente de mão de obra. No primeiro trimestre, segundo dados da Pnad, foram cortadas 132 mil vagas nessa área. Além da redução do ritmo de obras residenciais, o setor enfrenta paradeira por causa da Operação Lava Jato.

No pior primeiro trimestre registrado no mercado de trabalho na Bahia nos últimos dez anos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), o Estado teve fechados 10,9 mil postos, 7,6 mil deles na construção civil. 

Renda. O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, prevê que a taxa de desemprego da Pnad irá a 7,8% este ano, ante 6,8% em 2014. Em março, ressalta ele, está em 7,9% por questões de sazonalidade. A alta no desemprego vai prejudicar ainda mais o poder de barganha dos trabalhadores em negociações salariais. Associada à aceleração da inflação, haverá uma perda significativa da renda, que já está em curso. 

Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, envolvendo seis regiões metropolitanas, a massa de renda real caiu 3,8% em março, o pior resultado mensal desde o início de 2004. “A deterioração está sendo muito rápida”, diz Romão. Em fevereiro, a renda havia caído 1,5%, mas de março de 2013 a janeiro deste ano os saldos eram positivos.

Cláudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp, ressalta que, ao contrário da década passada, a inflação atual está penalizando a população de baixa renda, pois pega alimentos, tarifas públicas e bens industriais. Ele prevê queda de 5% na renda real este ano, puxada também pelo baixo reajuste do salário mínimo.

Já o desemprego, em sua opinião, não será generalizado, a não ser em segmentos específicos, como o automotivo, que passará por uma reestruturação independente da crise. Dedecca não vê riscos de um apagão na mão de obra. “Nesse momento não cabe nem otimismo nem pessimismo, mas não creio que chegaremos à situações como a crise do início dos anos 80, quando 1 em cada 4 trabalhadores da indústria perdeu o emprego.”

6 comentários

Coronel,
o Fábio Romão está dando um peso de quase 100% na variável sazonalidade. Muito bonzinho para meu gosto. Com toda crise, principalmente a falta de investimento público e privado, com os gastos de custeio da máquina pública cada dia maior, com toda certeza em três meses estaremos ultrapassando 10%.

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ô dotô professô, isso ja acontece faz tempo...

coloquem aqueles milhões do Bolsa-Familia no calculo da taxa de desemprego que caíremos na realidade rapidinho...

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Afastem a gangue que comanda o país, restabeleçam a moralidafe e o país volta a crescer.
Simples !

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Para tirar a quadrilha do poder é preciso que o desemprego no mínimo DOBRE até 2018!! Nenhum verdadeiro patriota deve investir um real sequer neste Pais até lá!!!!

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Despetralhando mod

Em 2010/2011 faltava gente especializadas como ainda falta, só que agora não tem nem emprego, portanto não falta empregado (zero a zero).
Onde está o país de primeiro mundo que aquele vagabundo do barba X-9dedos disse que existia?
Onde está a excelência dos hospitais e clinicas que o bebum de rosimery disse existir?
Onde está nossa auto-suficiência em petróleo que o velhaco pés de barro cantou em versos e prosas?
Alias onde está o demiurgo apedeuta que lançou pedra fundamentais para instalação de universidades como se tivéssemos docentes em profusão e qualidade?

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Essa taxa de desemprego fake é tão ridícula no BR!

Os bolsa-vagabundaem não contam né! Já temos quase 20% da população economicamente ativa sem trabalhar, com a diferença de que parte dela vive as custas de quem trabalha (e não é parente).

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