(O Globo) Inoportuno, ineficiente e sem estudos. Este é o resumo das opiniões de
especialistas ouvidos pelo GLOBO sobre o discurso do ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa, de alterar a regra de reajuste do salário
mínimo. Mesmo sem conhecer a nova proposta do ministro — que não foi
apresentada — eles afirmam que a ideia de mudar pontos isolados é
equivocada.
Eles consideram o debate inoportuno por ter um forte impacto
político. A aprovação de uma nova regra de reajuste vai requerer um
apoio que poucos governo tiveram — alguns lembram que a regra atual
demorou quatro anos para passar no Congresso e comparam a dificuldade do
tema à reforma tributária. Sem estudos, pois a atual regra não foi
avaliada corretamente pelo governo como a legislação previa — o
Ministério do Trabalho nunca divulgou parecer sobre o tema.
Dizem ainda
que é uma discussão ineficiente, por ter pouco impacto nas contas
públicas em anos de baixo crescimento do PIB (conjunto de bens e
serviços produzidos no país). A atual regra prevê reajuste pela inflação
do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes.
Gabriel
Leal de Barros, da FGV, diz que a fórmula deveria ser alterada apenas
em 2018, porque a atual garante reajuste pequeno em 2016 e 2017, já que o
país deve crescer pouco este ano, como já ocorreu em 2014. Uma nova
regra, dizem, pode fazer com que o aumento seja ainda maior, zerando a
redução de custos esperada pelo governo. O economista explica que, como
os resultados do PIB de 2014 e de 2015 devem ser fracos, o reajuste do
piso salarial em 2016 e 2017 também deve ser baixo.
— A melhor opção do ponto de vista fiscal é a manutenção da atual regra até 2017.
Além disso, mudar agora pode não trazer ganhos de competitividade por
não alterar estruturalmente o mercado de trabalho: — Mais uma vez o
governo mostra que se especializa em enxugar gelo — diz Claudio Dedecca,
da Unicamp, defensor da regra atual.
Para Dedecca, o governo está focado apenas com as contas públicas e
não com a retomada do crescimento econômico, diz. Favorável à regra
atual, ele lembra que antes de ser ministro, Barbosa sempre defendeu a
vinculação entre o mínimo e o salário médio do país:
— A regra que ele historicamente defendeu é um equívoco, congela as
diferenças salariais e vai contra o tratado da OIT sobre o mínimo, que o
Brasil assinou. Mostra até desconhecimento do ministro, que, se não é
contra a valorização do mínimo, se mantiver essa proposta, pode criar
sua esterilização.
José Márcio Camargo (PUC-Rio) e Margarida Gutierrez (Coppead/UFRJ)
lembram que o problema do mínimo não é a sua fórmula de reajuste, mas o
fato de ser o grande indexador de políticas sociais.
Margarida Gutierrez, professora do Coppead/UFRJ, defende mudanças no
reajuste do mínimo, com a adoção de uma regra que considere a inflação
mais a produtividade do trabalho. A seu ver, a fórmula de corrigir o
salário mínimo pelo PIB de dois anos antes mais INPC é uma distorção,
não apenas por não guardar qualquer relação com os ganhos de
produtividade da economia, mas também por indexar benefícios
previdenciários e sociais, pressionando as contas públicas.
— O governo poderia adotar algum indicador de produtividade da mão de obra — sugere.
Por sua vez, Camargo diz que a mudança não precisaria ser feita de
forma apressada: como o país quase não cresce, o reajuste do mínimo pela
regra atual já seria pequeno. Ele vê o modelo atual insustentável no
longo prazo e defende a correção pela expectativa de inflação mais o
ganho de produtividade dos trabalhadores menos escolarizados. Mas
discorda do governo por mexer em pontos isolados, como na fórmula do
reajuste e do seguro-desemprego:
— As medidas até agora visam ao corte de gastos, não é uma reformulação geral, essa é a maneira menos inteligente de mudanças.
11 comentários
E a auditoria das urnas eletrônicas, ninguém fala nada????
ReplySendo uma forma menos inteligente de atacar o problema deve ser encampada pelo pete, por coerência até.
ReplySe esses economistas da Unicamp defendem uma coisa, pode saber que o contrário é o correto.
ReplyEsses caras não acertam uma... pô
Coronel,
Replyoff - Berzoine já anunciou a intenção nefasta de controle social da mídia!
Querem amordaçar de vez a sociedade!
Já não bastam os MAVs e as TVs amordaçadas pelo medo de perder contas do governo? Já não nos basta todos os vermelhos - tipo Boechat - que lavam os cérebros brasileiros diariamente???
OLHO VIVO E FARO FINO!
O BRASIL NÃO É VERMELHO!
O BRASIL É VERDE E AMARELO!
Flor Lilás
Ô Camargo...
ReplyQuando você está num barco cheio de furos e a agua subindo rapidamente, lá fora, meia dúzia de tubarões só na botuca.
O quê que você faz? Deixa os buracos e tenta crescer a borda do barco.
Doutor, você está fufu...
Tem é que tampar os buracos, rapidamente, ou não, como diria a bichona.
De um modo geral quem deve se preocupar com a fórmula de correção do mínimo é eleitor do PT. São pessoas avessas à produtividade elevada em busca de riquezas, afinal, são comunistas. Basta utilizar a forma de distribuição de renda cubana e está resolvido! Cambada de gente safada e hipócrita!
ReplyMas os salarios deles aumentaram , ne?
Reply63 milhoes na farra dos cartoes corporativos e vaii em cima de miseraveis ?
E ainda querem que funcione no voto?
nao respeitam nada, lei nenhuma, quando querem roubar, mudam a lei pra "caber na roubalheira".
E o botijao passeando de barquinho com a
entourage a custas do povo.!
gente burra!
Muita paciencia, olho vivo e povo nas ruas,
ate que toda a corja esteja na cadeia e chave joga no mar!
luciana fellows
O Brasil com o pior número de crescimento da América Latina e um dos piores do mundo e Dilma falando no fracassado pac e em pátria educadora. Em doze anos de governo agora que atentou no desastre da educação? E os sindicalistas, levando pau do governo, com aperto para cima da classe, embora dando aumento para ministros e poderosos, não se manifestam e ficam caladinhos. Imagine se fossem atitudes de Aécio !
ReplyCoronel,
Replyo segundo mando da presidAnta nem começou e os capachos digo, ministros já estão mostrando suas "competências".
Toma, tabaiadô eleitor do PT!!!!
ReplyCoronel,
Replylendo seus comentários no twitter sobre a TV Brasil...
Uma das coisas que mais tenho ódio dessa Petralhada populista asquerosa é a lei que fez TUDO na TV a cabo ser dublado!! E na maior parte das vezes não se tem a opção de obter legendas em português com a língua original. É para avacalhar de vez com a classe média culta que fala outras línguas, quer ter o prazer de ouvir o idioma original e precisa de apoio da legenda. Malditos! É para embrutecer todo mundo e igualar por baixo.
Enquanto isso os gatos rolando solto nas favelas e o zé povão curtindo uma tevezinha a cabo roubada. Nojo.
FORA PT!
Flor Lilás