O revisor do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal),
ministro Ricardo Lewandowski, votou ontem pela condenação do deputado
federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Seguiu, assim, o voto do relator do caso, Joaquim Barbosa, indicando que
os demais oito ministros deverão decidir de forma semelhante. A votação deve recomeçar na sessão de amanhã. Ocupando a secretaria nacional do PR e com seis mandatos de deputado
desde os anos 90, Valdemar é um dos principais articuladores do partido
no Congresso.
A sigla ocupa, com 36 parlamentares, a quarta maior bancada de apoio ao
governo federal. Em São Paulo, está aliada a José Serra (PSDB) na
disputa pela prefeitura. Nas eleições de 2002, Valdemar e o então candidato a vice-presidente,
José Alencar, foram os principais artífices da aliança do seu partido,
então chamado de PL, com o PT, que levou à vitória de Lula. De acordo com a acusação, Valdemar era um dos líderes partidários que,
entre 2003 e 2004, recebeu recursos para apoiar projetos de interesse do
governo no Congresso e foi "cooptado" pelo ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu, ao receber R$ 8,88 milhões.
O parlamentar alegou no processo que usou os recursos para pagar dívidas
eleitorais. Segundo sua assessoria, "ele não comenta assuntos
submetidos ao Judiciário". Lewandowski considerou que Valdemar não conseguiu comprovar o destino do
dinheiro e votou para condená-lo pelos crimes de corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O revisor condenou por corrupção passiva outro deputado do extinto PL,
Bispo Rodrigues, um dos nomes da bancada da Igreja Universal.
Lewandowski condenou o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), o ex-assessor
do PP, João Claudio Genu, e o dono da corretora Bônus-Banval, Enivaldo
Quadrado, por formação de quadrilha. "Era um mecanismo permanentemente em funcionamento. Isso caracteriza a
quadrilha, e esses crimes eram praticados à medida da necessidade
demonstrada pelos parlamentares que se deixaram corromper", disse. Mas o revisor absolveu quatro réus (Corrêa, Genu, o deputado Pedro
Henry, e outro sócio da corretora Bônus-Banval, Breno Fischberg) do
crime de lavagem de dinheiro. Nesse caso, Lewandowski condenou apenas
Quadrado.
Ao saber que o revisor iria condenar Valdemar por lavagem, embora
tivesse absolvido dois políticos da mesma acusação, Joaquim Barbosa fez
uma provocação sobre a suposta falta de unidade no pensamento do
revisor. "Eu acho que o senhor Valdemar Costa Neto vai reclamar, e com razão.
Porque ora se aplica [um entendimento], mas, em relação a outros réus,
não se apoia", afirmou. Em resposta, Lewandowski prometeu "seguir meditando sobre a possibilidade" aventada pelo relator.(Folha de São Paulo)
3 comentários
Coronel,
ReplyA tática do Lewandowski é criar "saídas" para inocentar o Zé Dirceu!
Preservou o "cabeça" do PL para justificar o "cabeça" do PT!
O "Lewa" é PT!! Não podemos esquecer!!
JulioK
ReplyLLulandowski está cumprindo bem o seu papel de capacho do PT, nenhuma surpresa, afinal a primeira muda o colocou lá exatamente para isso.
...é Leviandowski faça a lição de casa, senão acaba com a boca cheia de formiga...
ReplyMas nós estamos de olho nas suas "firulas" jurídicas.
Seja homem e condene esta corja!!
Bandoleira