Pagando a conta com dinheiro público.

Da Folha:

Um mapa dos interesses de doadores de campanha pode ser desenhado ao se analisar as emendas dos congressistas à medida provisória 443, editada pelo governo para autorizar a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil a comprarem instituições financeiras e ramos complementares.Aproveitando a MP, deputados que receberam, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), relativamente muito dinheiro do setor da construção civil foram responsáveis por sugestões de mudanças que beneficiam os seus contribuintes.O setor reagiu à medida dizendo que a possibilidade de empresas do ramo serem adquiridas contemplaria só as "grandes". Para representantes da área, seria melhor o governo investir em uma linha de financiamento específica ao setor.E é isso que quer o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), um dos grandes beneficiados pelo dinheiro doado por empresas de construção civil. No total, cerca de 40% do valor recebido na sua campanha (R$ 310 mil de R$ 787 mil ) vieram do setor.Em emenda à MP, o deputado propõe que o BNDES institua uma linha emergencial de financiamento a longo prazo para apoio às empresas com atuação relevante no mercado da construção e "empreendimentos estruturantes de infra-estrutura". O deputado quer ainda que o BNDES aloque no mínimo R$ 5 bilhões até 2009 para a linha de financiamento.Luiz Sérgio diz que conversa muito "com o pessoal das duas pontas da construção", que manifesta a preocupação com os impactos da crise, e que, como deputado, levou essa preocupação para a Câmara.Outro exemplo é do deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), que, dos R$ 726 mil recebidos na campanha, R$ 120 mil vieram de construtoras. Sua emenda é semelhante à do colega. A sua proposta, no entanto, é que a CEF institua, "por sua conta e risco, uma linha emergencial de financiamento a longo prazo para a concessão de apoio às empresas construtoras nacionais com atuação no mercado imobiliário e com empreendimentos comercializados" em 2007 e 2008.Na emenda, Vacarezza argumenta que a MP ajuda só as empresas do setor que dispõe de ações no mercado, exatamente a reclamação feita por representantes do setor. O deputado diz que apresentou a proposta graças a sua preocupação com "um dos maiores setores geradores de emprego do país". "Tive doação do setor, mas não foi tão relevante assim. Apresentei a emenda porque a acho necessária", disse.Outro que recebeu ajuda da construção civil foi o deputado Juvenil (PRTB-MG): R$ 100 mil de um total de R$ 415 mil doados. Sua emenda defende que as empresas do setor sejam excluídas da MP -não possam ser compradas por BB e CEF.Ele nega que tenha sugerido a mudança após a reclamação de representantes do setor sobre a possibilidade de estatização das grandes empresas do ramo. Sua intenção, diz, foi "proteger o governo", que poderia "tapar buracos ardilosamente abertos pelas empresas". "A doação de campanha não tem relação com a ideologia. Não represento o setor, represento a sociedade", disse.Já a emenda do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que recebeu R$ 100 mil de construtora (de um total de R$ 733 mil), pede que o Tesouro Nacional seja autorizado a repassar ao BNDES 30% do valor previsto dos investimentos do PAC em 2008 e 2009 para financiar apenas construtoras com contratos de obras no programa.Ele nega que sua emenda tenha relação com doações da campanha e diz que a intenção é "criar mecanismos para fortalecer o PAC e melhorar a liquidez na construção civil".As emendas podem ou não ser acatadas pelo relator da MP antes de ela ir a plenário.

2 comentários

Se não existe banco quebrando ou quebrado pra quê autorizar os bancos estatais a comprá-los?
Aí tem...

Somente paises com democracia consolidade é que podem tomar essas medidas. Não é o caso do Brasil.
Os "comunistas" querem tomar o poder, começando pela grana.

ACORDA ÔPO.....

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Pois é, Coronel.

Sabe qual a causa disso tudo? O estado arrecada demais, como dinheiro não foi feito para ficar parado, eles emprestam... para os amigos e ganham suas comissões e votos.

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