terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O terrorismo seletivo do Governo Lula.

Hoje, o Presidente Lula assinou a Nota Oficial 306, do Ministério das Relações Exteriores, onde militam Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia, registrando a solidariedade do Brasil com a Argélia, em função dos brutais atentados ocorridos naquele país. Nada mais justo, nada mais correto. Um trecho da nota é categórico:

“O Governo brasileiro condena veementemente todas as formas de terrorismo, cujo caráter ignominioso não encontra qualquer justificativa possível”.

No entanto, quando o assunto são as FARC, não é esta a posição de Lula e de seus companheiros do Itamaraty. Este Governo que aí está jamais chamou as FARC de terroristas e, recentemente, o Ministro Amorim fez questão de ressaltar este fato.

Até o final de 2002,na gestão de Fernando Henrique Cardoso, a posição do Brasil era dura. Vejam um trecho da Nota Oficial de 25 fevereiro de 2002:

“Como país vizinho da Colômbia, o Brasil vem acompanhando com especial atenção o desenrolar da crise naquele país, e foi com grande consternação que recebeu a notícia do seqüestro da Senadora e candidata presidencial Ingrid Betancourt. O Brasil condena enfaticamente esse e todos os demais atos de violência cometidos pelas FARC”.

A partir de 2003, com o advento de Lula, nunca mais o Itamaraty, em nenhuma nota, citou o nome das FARC. No atentado provocado pelos guerrilheiros, causando dezenas mortes em Neiva, a Nota Oficial emitida falava:

“o Governo brasileiro manifesta sua mais enérgica condenação ao atentado”.

Uma semana depois, o Governo Lula dizia:

“completou-se, em 23 de fevereiro, um ano do seqüestro da Senadora colombiana Ingrid Betancourt, ex-candidata à presidência da Colômbia, e de sua assessora, Clara Rojas. O Governo brasileiro manifesta sua mais enérgica condenação ao atentado e conclama pela libertação.”

Nenhuma palavra sobre as FARC.

No atentado em Bogotá, em novembro de 2003, a mesma coisa:

“O Governo brasileiro repudia com veemência o atentado praticado em Bogotá na noite de sábado, 15 de novembro de 2003, o qual causou uma morte e ferimentos em setenta e uma pessoas”.

Nenhuma referência às FARC.

Pois agora, o Governo Lula, incentivado por Marco Aurélio Garcia, se oferece para participar da mediação entre o governo democrático da Colômbia e o exército guerrilheiro e assassino das FARC, a quem jamais ofereceu uma palavra de repúdio e a quem jamais denominou de terrorista. Ao contrário: hoje, querem fazer mediação, como se as duas partes fossem iguais.

Este Governo que aí está se indigna com o terrorismo na Argélia, mas aceita o terrorismo das FARC nas fronteiras do nosso país. Afinal de contas, as FARC foram fundadoras do Foro de São Paulo, uma idéia de Lula, recentemente saudada por ele em discurso onde se regozijava com os governos populares que hoje comandam a América Latina.

A ironia é que o motivo para a mediação é a mesma Ingrid Betancourt, seqüestrada em 2002, episódio que de pronto fez o Governo FHC denominar as FARC como terroristas. Mas, para o Governo Lula, as FARC não são terroristas, mesmo mantendo esta pobre mulher há mais de cinco anos minguando, morrendo aos poucos, no meio da selva colombiana.

Um comentário:

  1. O brasileiro não fica indignado com nada. Somos um povo ordinário por natureza. Nossa mistura criou um povo sem princípios, sem ética, sem valores. É um salve-se quem puder. Essa é a verdade. Devemos a nossa modernidade aos imigrantes e ao capital estrangeiro.

    Magis

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