segunda-feira, 4 de junho de 2012

Para entender os absurdos contidos na PEC do "trabalho escravo".


O guarda da esquina

Para escrever este artigo, busquei inspiração num fato histórico de triste lembrança: o famigerado AI-5, imposto à nação por Costa e Silva. Em 13 de dezembro de 1968, no Palácio do Planalto, a única voz discordante daquela atrocidade foi a do vice-presidente Pedro Aleixo. "Presidente, o problema de uma lei assim não é o senhor nem os que com o senhor governam o país; o problema é o guarda da esquina." Infelizmente, a preocupação do político mineiro não impediu que aquele ato fosse assinado. A partir dele, todo o país passou a assistir às injustiças e aos crimes cometidos pelos guardas da esquina.

Pois é, assim como o corajoso Pedro Aleixo, nosso temor com essa Proposta de Emenda Constitucional 438, a PEC do trabalho escravo, é a sua total subjetividade e falta de clareza, deixando sua aplicação ao livre arbítrio não do guarda da esquina, mas dos fiscais ou auditores do Ministério do Trabalho. Eles, a torto e a direito, saem país adentro com a temida Norma Regulamentadora (NR) 31, com seus 252 itens, elaborada por eles mesmos, a punir prazerosamente qualquer empregador que não observar as incongruências nela contida.

São incontáveis os absurdos da NR 31. Ela prevê, por exemplo, a expropriação do imóvel em construção. O pretendente comprador perde tudo o que desembolsou se o fiscal entender que houve trabalho análogo ao de escravo. Outra aberração é sobre o transporte dos trabalhadores rurais. No percurso do alojamento até as lavouras, todos os operários devem viajar sentados. Se, por qualquer razão, o fiscal encontrar um trabalhador em pé, isso é trabalho análogo ao de escravo. O proprietário é multado. A fazenda, passível de expropriação.

Esse procedimento não se verifica no transporte urbano. Seriam dois pesos e duas medidas? A definição de trabalho escravo e degradante é tão genérica, inconsistente e arbitrária que qualquer empregador, urbano ou rural, pode ser multado ou punido ou ter sua propriedade ou indústria expropriada se assim entenderem os fiscais do trabalho. Se a NR 31 fosse cumprida à risca, todos os shoppings seriam fechados no país. Ela exige que para cada 40 empregados a unidade comercial tenha um banheiro próprio. Não se conhece uma loja sequer desses shoppings que tenha no seu interior instalação sanitária.


Esse tema é tão complexo e instigante que o próprio presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Oreste Dalazen, cobrou recentemente mais clareza da legislação que trata do trabalho escravo ou análogo. Segundo ele, os termos "jornada exaustiva" e "condições degradantes de trabalho" do artigo 149 do Código Penal são genéricos e dificultam a identificação dos locais onde há trabalho em "condições análogas às de escravo".

Por razões como essas, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), formada por mais de 200 deputados e senadores, decidiu questionar a PEC 438, acolhendo apelos não só do setor produtivo rural como também da indústria e do comércio. Nenhum de nós é a favor do trabalho escravo. Nós abominamos essa deplorável situação. Aliás, ninguém em sã consciência pode ser a favor do trabalho escravo. Somos, sim, contra a insegurança jurídica e a subjetividade que tanta inquietação vem trazendo aos empregadores rurais e urbanos. Por isso, defendemos uma legislação que defina de uma vez por todas trabalho degradante ou análogo ao trabalho escravo. 

HOMERO PEREIRA, 57, é deputado federal pelo PSD-MT. É o novo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária

Agora veja o absurdo da demagogia do deputado estadual Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP), líder do partido, no artigo escrito em contraponto ao acima. Vejam o quanto este senho já mente e manipula na abertura do texto:
 

Há uma violência latente sustentando obras públicas, empreiteiras importantes, grandes grifes e gigantes do agronegócio. A declaração acima é prova dessa exploração. O relato foi construído com depoimentos de homens escravizados em empreendimento do programa federal Minha Casa, Minha Vida, em São José do Rio Pardo (SP). O caso, infelizmente, não é isolado. Por trás da propaganda do "novo" Brasil, há milhões de escravos.

O cretino, para atacar o governo, que é o seu papel de opositor, diz que há milhões de escravos no Brasil. Pode?

7 comentários:

  1. Coronel,

    O PSDB, para ferrar o PT, quer ferrar TODOS os brasileiros? Sinceramente, não entendi!!!

    Melhor seria o deputado pedir para o Aécio e o Guerra não ferrarem o próprio PSDB!!!! Já estava de bom tamanho!!

    JulioK

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  2. "Criar dificuldades para vender facilidades". Os corruptos agradecem.

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  3. Outros países estimulam a abertura de novas enpresas e a geração de mais empregos. Aqui os nossos políticos afugentam os empreendedores.

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  4. É isso mesmo JulioK.
    Infelizmente algumas cabeças do PSDB são movidas a m@rda.
    Não é por acaso que cada vez mais a oposição vem definhando e encolhendo.
    O Brasil não precisa de que venham nos ferrar para mudar o governo. Basta ter alguém CONVINCENTE E CAPAZ para assumir o comando. O problema é achar esse alguém.

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  5. "AI 5 = A partir dele, todo o país passou a assistir às injustiças e aos crimes cometidos pelos guardas da esquina."

    BRILHANTE CORONEL, JAMAIS EM TODOS ESSES ANOS PÓS MILITARES EU VI UMA DEFINIÇÃO TÃO PERFEITA.
    PARABÉNS.

    Mas voltando a ditadura das NR, eu trabalho com manutenção de equipamentos, e tenho me deparado com cada barbaridade contida nas NRs, à pouco tempo foi editada uma delas que praticamente inviabilizam o trabalho. Para que sejam cumpridas todas exigências da malfadada NR o preço dos serviços irão para o espaço, deixando a brexa para os amigos do rei, deitarem e rolarem.
    Só podia ser coisa de petralha.

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  6. Esse sujeito deve ser “escravo” da ignorância, aquela que não deixa o indivíduo ver mais que um palmo a sua frente.

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  7. Escravo é quem vive sob o tacão do rei e capitão do mato, o canabrava LUIZ 51 TATUZINHO ETANOL DA SILVA.
    Análogo à escravidão é o jogador de futebol, pois o time que o contrata PAGA AO EX-DONO DO PASSE e colocar as cláusulas de multa por demissão, mesmo à pedido do jogador ou de outro profissional. Jornalistas e artistas têm em seus contratos de trabalho as cláusulas rescisórias que obrigam o profissional a pagar multa para sair de uma empresa.
    PELA LEI PRECISAMOS EXPROPRIAR A REDE GLOBO E TODAS AS EMISSORAS PRIVADAS DE TELEVISÃO E JORNAIS.
    O estado ( SP ) teria que ser expropriado por dar condições de transporte semelhante a escravos.
    "Alguém já ouviu dizer que escravos pegavam ônibus ou carroças para ir da senzala ao serviço?
    As casas de empregadores domésticos onde a empregada mora na casa e não tem jornada definida de trabalho seria considerada escrava, mesmo com pagamento de obrigações sociais e trabalhistas?
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    ESTA PEC É BESTEIROL PETRALHA E REVOGA A LEI ÁUREA, POIS TRATA DE MESMO ASSUNTO, sempre depois das leis a expressão "revogadas todas as disposições em contrário" revogam a lei da Princesa Isabel.
    ABOLIR A ESCRAVIDÃO É MENOS QUE A ABOLIÇÃO ÀS CONDIÇÕES ANÁLOGAS À ESCRAVIDÃO E À ESCRAVIDÃO. Se nova constituição for escrita por novos constituintes, sem a lei áurea nós teremos vazio legal em relação á escravidão.
    -AOS FDP DE PETRALHAS: a pec vai extinguir a comemoração do 13 de maio pois a lei estará revogada.
    ***PETRALHAS VÃO PARA A P.Q.PARIU .

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