sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Esquerda quer cassar esquerda por incitação à greve.

A deputada estadual no Rio Janira Rocha (PSOL) negou ontem ter incitado os manifestantes a manterem a greve na Bahia. Ela aparece em escuta telefônica pedindo ao bombeiro Benevenuto Daciolo que tente retardar um possível acordo entre os policiais grevistas e o governador Jaques Wagner a fim de impedir que o movimento, previsto para também ocorrer no Rio, enfraqueça-se. A parlamentar trocou acusações com a deputada Cidinha Campos (PDT), que formalizou, na Corregedoria da Assembleia Legislativa (Alerj), um pedido para que Janira dê explicações à Comissão de Ética da Casa.

— Eles (grevistas baianos) me perguntaram sobre as negociações com o governo da Bahia. Eu disse: “Vocês podem negociar as liberdades dos dirigentes sindicais. Isso é fortalecer este movimento nacionalmente. Nesse sentido, vocês ajudam mais no Rio, no processo de organização do Rio.” Foi o que eu disse. Se você acha que isso é instigar o movimento, eu acho que é avaliá-lo politicamente — explicou a deputada do PSOL, que já foi funcionária do INSS e ligada ao sindicato da categoria, o Sinds- Prev.

Cidinha, da base de apoio ao governador Sérgio Cabral (PMDB), e Janira bateram boca no plenário no momento em que os deputados votavam o projeto que trata do reajuste salarial da força policial do Estado do Rio — Tudo o que eles queriam era a baderna no Rio de Janeiro, era acabar com o carnaval. Apresentam-se como sindicalistas. Que porcaria de sindicalista (Janira) é essa que teve seis mil votos? Teve menos votos agora do que teve na tentativa anterior, quando teve dez mil. Que sindicalista é essa que usa os carros do seu sindicato para fazer sua campanha eleitoral? Que sindicalista é essa que recebe de uma ONG a sua maior contribuição eleitoral, quando isso é proibido? — atacou Cidinha, que defendeu a cassação da deputada.

Janira, que enviou ofício à Polícia Federal requisitando a íntegra da gravação, rebateu: — Quem mereceria um processo de cassação por quebra de decoro é quem, durante os seus programas de televisão, faz propaganda do governo no intervalo. Isso, sim, é quebra de decoro parlamentar. Queria dizer também que, se eu tivesse a estrutura que a deputada tem na Comissão de Defesa do Consumidor, se eu tivesse o número, em dinheiro, em parlamentares e em assessoria, a estrutura que ela tem, também não teria seis mil votos, não. Provavelmente, eu teria muito mais.(O Globo)

2 comentários:

  1. Essa é o tipo da briga que, para o País ganhar, seria preciso que ambas perdessem. Que o diabo as carregue!

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  2. A cidinha campos já foi demitida com toda a sua equipe de programa"Cidinha Livre" pela BAND. O que os cariocas esperam é que o mesmo venha a ocorrer na próxima eleição parlamentar em relação ao seu mandato.

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