Porque teremos segundo turno.

Pesquisa Datafolha, 2006, quatro dias antes das eleições:

A quatro dias do primeiro turno da eleição para presidente da República, e antes da realização de debate na Rede Globo,  Lula tinha 49% das intenções de voto. O segundo colocado, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tinha 33% e Heloísa Helena, do PSOL tinha  8% das preferências. A vantagem de Lula sobre seus adversários era de cinco pontos. O Datafolha afirmava que Lula mantinha chances de reeleição no primeiro turno: se a eleição fosse naquele momento, ele teria 53% dos votos válidos.

Pesquisa Datafolha, 2010, quatro dias antes das eleições:

Segundo pesquisa nacional do Datafolha, Dilma tem 52% dos votos válidos na projeção para o primeiro turno. José Serra (PSDB) tem hoje 31% dos votos válidos. Marina Silva (PT) também variou negativamente um ponto, e está com 15%. A soma dos adversários de Dilma é de 48% dos válidos. Ela precisa de 50% mais um voto para vencer domingo. Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, é impossível afirmar com segurança que não haverá segundo turno.  

A situação parece uma cópia de 2006. E, naquele ano, neste momento, o Datafolha estava errado em 5 pontos percentuais quanto a votação final de Lula e em 8 pontos percentuais em relação aos votos obtidos por Geraldo Alckmin. Desculpas para ajustar os números ainda existem para os institutos. O debate de hoje, o apoio de Edir Macedo, o voto dos evangélicos e por aí vai. Instituto de pesquisa, sem dúvida nenhuma, é uma atividade sem riscos. A não ser a perda de credibilidade que, para eles, não é lá o ativo mais importante.