(Estado) O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo
Tribunal Federal pedido para arquivar o inquérito que investigava
suspeitas de que o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi beneficiário
do esquema de corrupção da Petrobrás. Esse é o primeiro caso de pedido
de arquivamento entre as 50 pessoas investigadas no âmbito da Lava Jato
pela Procuradoria-Geral da República perante o Supremo.
O pedido de arquivamento foi tornado público ontem. As suspeitas
apontadas pela Procuradoria no início do ano para pedir a abertura do
inquérito contra o tucano não se confirmaram. Os procuradores entendem,
contudo, que no caso de surgimento de dados objetivos relativos ao
senador o inquérito poderá ser reaberto.
Para abrir a investigação, a Procuradoria-Geral da República tomou como
base o depoimento do agente da Polícia Federal Jayme Alves Oliveira
Filho – conhecido como Careca e apontado como entregador de malas de
dinheiro do doleiro Alberto Youssef.
Careca disse ter entregue em 2010 R$ 1 milhão a uma pessoa que não se
identificou e, tempos mais tarde, soube que teria vencido a eleição para
o governo de Minas Gerais naquele ano. Ao ser confrontado com uma foto
de Anastasia pelos investigadores, o agente disse que o parlamentar se
parecia com quem recebeu o dinheiro enviado por Youssef.
A afirmação, porém, não foi confirmada posteriormente pelo próprio
Youssef, em depoimento prestado em delação premiada. Ele confirmou que
mandou entregar dinheiro em Belo Horizonte, mas disse que não para
Anastasia.
Até o momento, dos 25 inquéritos existentes no Supremo contra políticos,
a Procuradoria-Geral da República já apresentou solução para três. No
caso das investigações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
e do senador Fernando Collor (PTB-AL), Janot optou pela solução oposta e
ofereceu uma denúncia – acusação formal.
PSDB. O arquivamento, se confirmado pelo Supremo,
exclui o PSDB do rol de partidos com parlamentares investigados na
Operação Lava Jato. A decisão sobre o pedido de arquivamento caberá ao
relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki.
Há pedidos de investigação feitos pela equipe de Janot com base em
delações recentes, como a do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC,
que permanecem ocultas no Supremo Tribunal Federal e aguardam decisão de
Zavascki.
Prazo. A Procuradoria-Geral da República tem até segunda-feira para
apontar caminhos que devem ser seguidos em cada um dos inquéritos. Podem
ser propostas novas denúncias, arquivamentos ou pedidos de prorrogação
da investigação.
O advogado de defesa de Anastasia, Maurício Campos, disse ao Estado que o
pedido de arquivamento era a “única solução” para o caso. Para ele, o
pedido veio “tardiamente, mas é bom que tenha chegado”. Campos
classificou ainda as declarações de Careca como “esdrúxulas” e disse que
Youssef foi categórico ao negar que não havia pagamento a Anastasia.
Recentemente, o senador tucano afirmou ao Estado que tinha confiança na
Justiça e vivia um misto de “indignação” e “serenidade”. “O fato que foi
atribuído a mim nunca existiu. É totalmente inverossímil”, afirmou. “É
uma situação um pouco kafkiana.”
Este inquérito nem deveria ter sido aberto!
ResponderExcluirFoi baseado na mentira de um certo delegado Careca (seu nome de guerra) que causou o imbróglio.
Ainda bem que teve final feliz.
Chris/SP
Esse pessoa que depois se tornou governador chamasse Fernando Pimentel,do PT,alguem duvida disso?
ResponderExcluirO inquérito foi aberto no tapa e foi fechado junto com o de uma das gráficas-fantasma da campanha da Gilma. E nos ficamos chupando o dedo, como sempre.
ResponderExcluirZurrem, petralhas... o PGR é Janot. Será ele um "engavetador geral da república", expressão que a governanta tanto usou na campanha 2014?
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