quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Com um custo sete vezes maior do que o previsto e cinco anos de atraso, Abreu e Lima atropela projeto e demite operários.


O cronograma de entrega da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, pode ficar novamente comprometido. Para cumprir o prazo de entrega da primeira unidade, em novembro, a Petrobras praticamente abandonou as obras da segunda unidade, oficialmente prevista para entrar em operação em maio de 2015.

Além de postergar a segunda unidade, a empresa vai reforçar os turnos de trabalho, segundo apurou o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. Com a mudança, a atividade vai passar a ser realizada de forma ininterrupta, com duas jornadas de 12 horas.

De acordo com o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 87% das obras da refinaria estavam concluídas em 30 de abril deste ano. A refinaria terá capacidade para processar 230 mil barris de óleo por dia e está estimada hoje em R$ 37,4 bilhões, mais de sete vezes o valor previsto inicialmente.

Apesar do atraso no projeto - originalmente previsto para sair em 2010, já pode ser percebida alguma desmobilização de mão de obra no empreendimento, instalado no porto de Suape, Litoral Sul de Pernambuco. De acordo com o Ministério do Trabalho, pouco mais de 1,5 mil trabalhadores da construção civil foram dispensados no primeiro semestre na cidade de Ipojuca, onde fica o porto.

Segundo fonte na Petrobras, as obras de Abreu e Lima chegaram a contar com 45 mil operários no pico de atividade, contingente que está hoje em torno dos 39 mil trabalhadores. A desmobilização, no entanto, seria bem maior se o cronograma da obra estivesse em dia.

Mesmo considerando os inúmeros problemas da obra, a desmobilização na refinaria preocupa o governo de Pernambuco. Havia a expectativa de que grandes obras de infraestrutura em curso no Nordeste pudessem absorver parte dos operários. A esperança estava na ferrovia Transnordestina, na Adutora do Agreste, no Arco Metropolitano do Recife e na transposição do rio São Francisco.

Os grandes empreendimentos, entretanto, não avançaram. A Transnordestina segue praticamente paralisada, assim como o Arco Metropolitano do Recife, projeto orçado em cerca de R$ 1 bilhão e que promete ligar o porto de Suape ao município de Goiana (local da nova fábrica da Fiat), sem passar pelo Recife. (Extraído do Valor Econômico)

Um comentário:

  1. Quantos ali na foto sorriem pelo motivo mais conhe$$ido ???

    ResponderExcluir