terça-feira, 12 de abril de 2011

Agora o PSDB do FHC quer virar o PSD da Kátia Abreu. Não é tarde, doutor?

Vejam só:

"(...) Não é admissível que a quinta economia do planeta, com o amplo horizonte que neste momento a ela se descortina no cenário mundial, não exerça interlocução com sua própria sociedade. Há um amplo segmento de cerca de 110 milhões de brasileiros da classe média órfãos dessa interlocução."

"(...) Para terminar, um desafio aos críticos apressados: o reconhecimento e a defesa da classe média, que soma hoje 52% da população e detém 46,5% da renda nacional, nos caracterizará como esquerda ou direita? Não ataquem antes de o time entrar em campo. Não é justo. 

O trechos acima são do discurso da senadora Kátia Abreu, na última quarta-feira, comunicando que estava saindo do DEM para ajudar a criar o PSD, um partido com os olhos voltados para a classe média.Agora vejam a notícia de hoje, da Folha de São Paulo:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende em artigo que será publicado nesta semana uma revisão profunda da estratégia adotada pelo PSDB e pelos demais partidos de oposição para voltar ao poder. Numa espécie de manifesto, ele afirma que a oposição deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado e se conectar com a nova classe média produzida pelo crescimento econômico dos últimos anos. "Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão", falarão sozinhos", diz o ex-presidente.

Ele observa que a classe média não participa da vida política do país como no passado, mas está presente em lugares onde os partidos praticamente não existem, como as redes sociais da internet. "Se houver ousadia, as oposições podem organizar-se, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates sobre temas de interesses dessas camadas", diz. O artigo aparecerá no novo número da revista "Interesse Nacional", que será publicado na quinta. E no site interessenacional.uol.com.br. FHC diz que a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá conquistar eleitores que mantiveram "certa distância" do ex-presidente Lula. "Dilma, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas [...] mantiveram certa reserva diante de Lula", avalia.

FHC critica os governos que o sucederam e o próprio partido. "Uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar e insistir em escusas que jogam a responsabilidade no terreno "do outro'", afirma. Em 2010, o ex-governador José Serra brigou por meses com o senador Aécio Neves pela liderança da chapa. Ganhou internamente, mas perdeu para Dilma. FHC diz que a oposição não defendeu seu legado. "Segmentos numerosos das oposições de hoje aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência", avalia. O ex-presidente deu a seu artigo o título "O papel da oposição", o mesmo de um texto célebre que publicou na década de 1970, quando fazia oposição à ditadura militar. E comparou a situação da época com a vivida hoje, com o PT ao poder. "Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político", diz. Ontem, em após o lançamento do livro "Ruth Cardoso Fragmentos de Uma Vida", de Ignácio de Loyola Brandão, ele disse que é cedo para avaliar os 100 primeiros dias de Dilma. Avaliou que não basta falar de austeridade fiscal contra a inflação, mas praticá-la.
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O artigo, na íntegra, está publicado no Blog do Noblat.Leiam, com atenção, o trecho abaixo: 

Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.

Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à ti (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe c” ou de nova classe média.

Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno. Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc.

É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas. Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas.

23 comentários:

  1. Coronel,
    acredito que o FHC deve ler muito este blog e seus adeptos. Há muito estamos batendo nesta tecla, inclusive mostrando que o Serra medrou não confrontando o velhaco como nós, qui no Coturno Noturno queríamos. Espero que os políticos sérios e honestos do PSDB, que já deveriam ter saído desse partido ridículo comandando pelo Sérgio Canalha Guerra e pelo Aécio Silvério Neves, saiam imediatamente. Oposição é oposição e pronto.

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  2. Faz muito bem FHC sempre surgindo e falando, escrevendo, nos momentos certos. As oposições precisam sair do divã. Como pode ficarem inertes perante uma mudança social que se iniciou nos governos FHC?

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  3. É Coronel, mas... nós os 44%, do jeito que a coisa ficou, não temos outra escolha senão ir atrás do que restou da direita - nem que for um caquinho...

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  4. Cel.

    Concordo com as palavras de FHC. Enquanto o PSDB quiser disputar a tapa com o PT os "bolsa-esmola", irá perder.

    Até agora não entendi porque Serra / PSDB, nas últimas eleições,teve medo de defender o legado do governo FHC. Justamente o legado que colocou o país nos trilhos.

    A única que teve coragem de falar em defesa da classe média foi Katia Abreu, agora no PSD, em seu último discurso no Senado.

    PSDB aparece sempre atrasado!


    Chris/SP

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  5. Passo mais tempo do que devia pensando o porque esconderam o FHC ou se envergonham dele. Se não é o ideal é o melhor disparado de tudo que aí está.
    O Lula é vingativo, sabemos mas parece que não está sosinho nessa área.

    Mago.

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  6. querendo ou não o FHC ainda é o único que fala alguma coisa coerente no PSDB! vejo esse discurso como positivo! os "pais fundadores" do PSDB nunca deixarão o partido, mas mostrando uma opinião diferente da "nova geração traíra" ainda é de se esperar um possível ajustamento no partido! Resta torcer pra que isso ocorra e que o PSDB e sua base ja bem formada possam, inclusive, ajudar o PSD a se firmar... afinal oposição tem que se juntar!

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  7. A Frágil Democracia.

    No interregno democrático autêntico que vivemos no Governo de Fernando Henrique Cardoso se dizia – inclusive ele – que não havia clima para ditaduras nas Américas Latinas, que o Brasil estava livre desse mal e muita gente acreditou... ...Nada foi feito para coibir o que já se desconfiava fosse provável acontecer quando o “lulopetismo” já se exercitava mostrando sua cara... Que ingenuidade!...

    Se consultarmos a história verificaremos, que após o movimento civil reivindicando eleições diretas - Diretas Já -, l983-l984; a reunificação das Alemanha Oriental e Ocidental simbolizada pela queda do Muro de Berlim em l989; o fim da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, que durara de l945 a l991, tivemos, na América Espanhola, uma tentativa de realinhamento nas correntes políticas sem que tivessem curadas as feridas dos processos das Guerras de libertação da Espanha que coincidiu e influenciou a chamada “Guerra de Independência da América Latina” e a Independência do Brasil por suas motivações!...

    Quando surgiu esse processo dizia-se que a tendência ditatorial de alguns Países Latino Americanos enfraquecera, que a globalização, de início na economia, aflorava forçando o realinhamento político e não havia clima para aventuras ditatoriais... ...Ledo engano! Os analistas e pensadores se esqueceram de dois fundamentos: a “Natureza universal” e o “ser antropológico títere do primeiro”...

    Embora estejamos dando os primeiros passos na era do conhecimento já temos condições de entender que essas leis universais são inexoráveis no caminho traçado para a humanidade, pois, diante delas, somos partículas desprezíveis, que serão levadas de roldão nesse processo sem retorno.

    Isso é “fato não boato” pois, Independente do que se pensara sobre o equivocado assentamento político, permaneceu uma mente doentia como Fidel Castro e surgiram outras como: Lula, Ugo Chaves, Evo Morales, Cristina, Zelay, todos representantes da ambigüidade dominadora e obscena da trilogia ideológica: Esquerda, Centro e Direita de um “neolateralismo” como se o Dr. Frankstein tivesse usado partes dos corpos e dos cérebros maquiavélicos de Hitler, Stalin e Lenim e os corações de “Mau Tse-tung” e “Pol Pot”!...

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  8. Faça como o pt muita, muita,muita propaganda a mentira vira verdade.
    em niteroi ( morro do BUMBA )verba para propaganda é maior que para a contrução de moradias .

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  9. Coronel, antes tarde do que nunca.

    Como sempre, FHC fala coisas certíssimas, completamente possíveis de serem feitas. O PSDB não vai mudar, mas ele está se dirigindo à oposição ("PSDB e aliados"). Se o PSD for adiante e não se aliar à corja petista...

    Mas como fica o que diz a notinha no Globo de hoje (Os Fatos, coluna Panorama Político)? Tá lá: "PSD, que VAI aderir ao governo Dilma Rousseff".

    É verdade isso?? Eu, eihn. Parece que o Globo é que vai de mal a pior, isso sim.

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  10. Pena, realmente, dá da senadora Kátia Abreu. Não para de explicar porque mudou de partido. E não para de tentar explicar o que fará o novo partido e la mesma. Pena. Justo no momento em que ela estava crescendo na opinião pública como uma verdadeira opção da oposições liberais para a presidência. Pode ser que em algum momento, alguém consiga entender os motivos dela sair do DEM e ir criar de um novo partido.

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  11. Escreveu FHC ...cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.(...)

    FHC está de parabéns.
    Será que as oposições depois de perder três eleições consecutivas, ainda não tinha percebido isso?

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  12. Os tucanos, depois de se deixarem estuprar pelos petistas, continuam perdidos.

    No discurso do PT, isso aí vai se transformar em "opção preferencial pelos ricos". Mais um tiro no pé.

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  13. Ora, é muita filosofia, é muita analise sociológica, enquantos os corruptos, analfabetos, saqueando os cofres publicos continuam arrazando com o Brasil.
    O PT aparelhou o estado, verdeiro Mensalão, instituiu taxa de sucesso, instituiu o dizimo pelos cargos, em outras palavras está montado em muito dinheiro, na cueca, nas calcinhas, nas bolsas, nos bolsos, nos bancos nas empresas oficiais, alem do bolsa miseria.

    O PSDB tem que ir para a praça, para as ruas e tem de ir de onibus,tem de ir a pé, não tem dinheiro.
    Sera seguido por quem for contra a incopetencia e contra a corrupção.

    Acharam que internet ganha eleição.
    Enquanto isto os ignorantes e corruptos do PT estão faturando.

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  14. Outra coisa o PSDB tem de sair de São paulo, irem a Belo Horioznte, Curitiba, Florianópolis, e até no nordeste, natureza linda e povinho dominado pelo assistencialismo.
    Se mexa PSDB senão passam por antipáticos, eruditos, elitistas, ponham o pé no barro, va para as univerisdades, enfrentem vaias,VAMOS CHUTAR O PAU DA BARRACA, DEIXEM DE BRIGAR ENTRE SI.
    Temos de formar uma CRUZADA( a exemplo das medievais, BEM PRIMÁRIAS) para lutar pelas ideias é a CRUZADA CONTRA CORRUPÇÂO E CONTRA A INCOMPETENCIA.
    TEMOS DE INCOMODAR A ORDEM PUBLICA, AS PRAÇAS, AS CATEDRAIS, OS TEATROS.
    A MERDA JA ESTÁ AÍ, SO FALTA SER JOGADA NO VENTILADOR.
    A MAIORIA DO POVO ESTÁ CONTRA O QUE ESTÁ INSTITUIDO.

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  15. FHC é um sociólogo e deu uma contribuição democrática ao processo.Foi vencido e desinfetado por Jânio e sua convicção em Deus.Após, FHC assumiu pela política uma certa religiosidade.Isto eu chamo de deus político onde até a Dilma se viu obrigada a "acreditar" para não ser desinfetada também.Serra não aproveitou porque não soube fazê-lo por querê-lo.Ou seja,oportunismos também sosobram os bons.FHC hoje goza de bom mirante para ser farol,todavia tem que esquecer dos tempos de rapaz e, as vezes não dar declarações polêmicas em favor do uso de drogas proibidas.Tem que assumir os novos rumos da oposição,com decisão.!!!.fonseca.

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  16. Não adianta o belo discurso se o PSDB continuar bajulando a Dilma e o PT.

    Como se insere a defesa das drogas nessa análise ? Pelo jeito, já se arrependeu da merda que falou no programinha da Regina Casé.

    Estranho, derrepente FHC e Alvaro Dias, resolvem fazer esses discursos, na mesma semana. Medo do PSD?


    Finalmente, os sociólogos e os marqueteiros descobriram o óbvio, que existe muita gente insatisfeita
    com o espetáculo da mediocridade que assola o país.

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  17. Coronel,

    FHC está querendo é confundir para que o PSDB continue posando de oposição.

    Seu objetivo é esvaziar a Kátia Abreu e prosseguir no papel de pseudo-oposição ao PT.

    Por que os tucanos não fizeram isso antes, na campanha, quando todos aqui dizíamos isso?

    O alvo de FHC não é o PT. É a direita.

    Abram os olhos, coturneiros!!! FHC é esquerdista e admirador de Dilma!!

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  18. Desculpe, Coronel. Mas cair na lábia de FHC como esses comentaristas é coisa de idiotas.

    Esse fdp está querendo tomar espaço de Kátia Abreu. Será que esses otários que comentaram não são capazes de perceber?

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  19. Ele desistiu de defender as drogas?
    Ele desistiu de defender "a droga"?

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  20. O PSDB e o samba do tucano doido. Eles não sabem o que fazem, cada semana aparece uma historinha diferente.

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  21. Falta um novo Mário Covas . Ele coneguiu ganhar do Maluf nos debates na TV . Se fosse elexDilma , teria dado um show nela .

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  22. Poxa vida, nunca percebi que esse partido se dedicava às camadas inferiores, tanto que “ deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado” . Enganador, hem? Isso é que é argumento enganoso.

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  23. Eu vi essa manchete em vários locais e o tom era no mesmo estilo daquele dos aposentados e da vagabundagem.

    Ah tá... agora sim está correto. Eu concordo em parte com o que foi dito, mas querendo ou não quem foi mesmo que elegeu a Petralha Mor...????? Foi essa massa pobre cooptada e eles estão se reproduzindo feito praga!

    Ainda acredito que aquela sua proposta lá de depois das eleições é a mais válida. É preciso que um novo modelo de administração se espalhe nos estados não cooptados ainda, mas sujeitos a isso. Programas comuns, cursos de treinamento. Hoje li uma matéria da Ford, onde ela diz que nossos carros para serem competitivos precisam de, entre outras coisas, mão de obra qualificada e bem treinada. Pergunta se o Jacques Wagner vai querer isso? Trabalhador treinado pode sei lá criar consciência que trabalhar faz bem para o bolso e a alma... e deixar de ser cooptado. É preciso que uma onde de administrações competentes se espalhe nos governos de oposição. Essa é a melhor cura para neutralizar parte dessa política perversa de cooptação.

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