sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Folha de São Paulo defende o seu outro business: o Datafolha.

Hoje, a Folha de São Paulo publica um editorial contestando as legislações que estão surgindo para regulamentar as pesquisas eleitorais. Deveria, antes disso, apontar soluções e não apenas defender um negócio onde tem interesses. Este Blog propôs, ontem, medidas muito simples: que as amostras sejam sorteadas pelo TSE, no momento do registro das pesquisas, indicando, aí sim, de forma aleatória, os municípios, cidades, bairros e ruas a serem pesquisadas; que uma auditoria independente faça a checagem dos 20% de questionários aplicados e que, depois, audite todos os questionários. O fato é que as pesquisas erraram feio no primeiro turno das eleições de 2010. Caberia aos institutos, como o Datafolha, apresentarem mudanças e aprimoramentos.Na falta disso, tem mais é que levar lei burra pela cabeça.

Este é o editorial:
Coerente com o espírito de tutela sobre o eleitor que caracteriza boa parte das normas eleitorais no Brasil, o senador Papaléo Paes propõe legislação com o intuito de controlar a atividade dos institutos de pesquisa e a divulgação de seus levantamentos nos dias que antecedem os pleitos. Projeto de lei emendado pelo tucano do Amapá, aprovado nesta semana em comissão do Senado, quer tornar obrigatório que levantamentos realizados a partir do trigésimo dia anterior à eleição se baseiem em entrevistas de pelo menos 0,01% dos eleitores -cerca de 13 mil na eleição presidencial, mais do que o dobro do número de pessoas hoje ouvidas.
 
Impor um universo mais amplo não garante mais precisão. Processos amostrais adequados são capazes de retratar o conjunto das intenções de voto dentro da escala atual de entrevistas. Quando inadequada, a aplicação a um número maior de eleitores apenas amplificará possíveis erros. Não compete à lei definir a metodologia das pesquisas. Basta, como já ocorre, exigir sua divulgação. Os eleitores têm direito à mais ampla gama de levantamentos possível -e aqueles que se revelarem imprecisos pagarão o preço com sua própria credibilidade. Só não confia nessa lógica quem considera que o eleitorado é incapaz de distinguir seus próprios interesses, exigindo cuidados e proteções paternalistas.

Os resultados práticos da medida seriam encarecer as pesquisas de opinião e limitar sua frequência, com claro prejuízo para o eleitor. Enquanto isso, os partidos continuariam a ter seus levantamentos próprios, mantidos ocultos dos cidadãos. É algo inaceitável, como toda tentativa de cercear a liberdade de informação. Para que não reste dúvida sobre os motivos que animam a proposta do senador, basta mencionar que, por ela, seria compulsório submeter os detalhes técnicos das pesquisas -"seu plano amostral"- à aprovação prévia de "pelo menos dois terços dos candidatos em disputa". Não satisfeito em debilitar os eleitores, o projeto busca ampliar a influência dos políticos. Trata-se de clara inversão dos valores democráticos. Cabe ao Congresso impedir que esse despautério se transforme em lei.

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Mais uma lei vem aí...O Folha de São Paulo deveria agradecer ao Marcos Coimbra que, na certa, vai estar muito bem nos próximos quatro anos, atendendo Anastasia e Dilma. E ao Ibope que não processou o Ciro Gomes, quando este disse em rede nacional de TV que aquele instituto vendia até a mãe. Além de sempre ter dado total destaque as pesquisas Sensus, aquelas que repetiam as mesmas cidades, os mesmos bairros, as mesmas ruas...

A deputada federal Íris de Araújo (PMDB-GO) quer proibir a divulgação de pesquisas de intenção de votos 45 dias antes das eleições. O projeto será apresentado na Câmara na próxima semana. Segundo a deputada, a ideia é liberar a realização de pesquisas durante o período apenas para consumo interno. Íris nega que a intenção seja criar algum tipo de censura. "Pelo contrário, apenas pretendo garantir a lisura dos pleitos", afirmou. "Não podemos deixar que um eleitor se decida por pesquisas tabajaras", completou. Projeto que segue na mesma linha de proibir pesquisas foi aprovado anteontem em comissão do Senado. O texto diz, entre outros pontos, que pesquisas realizadas 30 dias antes do pleito têm que ouvir pelo menos 0,01% do eleitorado nacional.

7 comentários:

  1. Depois do que vi acontecer em matéria de pesquisas este ano, acho que o correto seria simplesmente proibir pesquisas eleitorais, pelo menos 6 meses antes das eleições. Sortear a localidade das pesquisas pode até ser tentado, mas quem garante que não haverá manipulação das questões? Lembre-se do caso do arreS ésoJ deste ano. E mesmo em uma localidade pode haver variações, como em São Paulo, onde existem regiões da cidade que votam sempre em um determinado partido, quem podem ser sempre pesquisadas ou sistematicamente evitadas, conforme a preferência de quem paga a pesquisa. Acredito que vão encontrar uma maneira de burlar essa medida.

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  2. Mas se aprovarem esse projeto, como é que vão poder manipular as urnas eletrônicas? Essa gente simplesmente quer atrapalhar a "democracia hereditária" do Coroner Lula da Sirva.

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  3. Os parlamentares que estão elaborando proposições estão mais atrapalhando do que ajudando. Esse negócio do plano amostral ter de ser aprovado previamente por pelo menos dois terços dos candidatos é um acinte. Por que não 100% dos candidatos. E se ocorrer um só candidato? "Tabajaras" são esses projetos sem nexo algum com a realidade. Deveriam legislar pela lisura e garantia de boas informações ao cidadão. Pelo jeito querem é controlar tudo segundo sua própria ótica. Oras, pesquisa é para o eleitor e não para o candidato. Dai para extrapolarem para pesquisas de mercado de produtos é um passo. É melhor pararem com isso.

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  4. E desde quando quando eles querem ser fiscalizados?
    Fiscalizados só as vítimas de dossiês, violação imposto renda e por aí vai..

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  5. Proibir a divulgação de pesquisas 45 dias das eleições é o 1º passo.
    Alguma coisa tem que ser feita para punir os marqueteiros mentirosos,mas não sei como.
    Recadastramento de eleitores , obrigatoriedade de apresentação do título de eleitor e documento com foto para evitar que os mortos continuem a votar.
    Quem são os mesários?
    Vários comentaristas do Nordeste disseram aqui no blog que em sessões eleitorais pequenas não havia fila ou mesmo não havia quase ninguém votando e que nestas cidades o pt chegou a mais de 80%.
    Se várias pessoas não puderam votar porque alguém com o mesmo nome já tinha sido computado como sendo eles,imagino que mesários militantes do pt tiveram muito tempo para votar pelos que realmente não foram.
    De alguma forma a oposição deveria estar presente em cada sessão eleitoral,pelo menos nos grotões do Brasil.
    E o mais importante de tudo é alguma forma de auferição das urnas.
    Quem garante que a % de brancos e nulos foi verdadeira?
    O problema é que tudo pode ser comprado.

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  6. Infelismente em nosso país a maioria da população tem baixa escolaridade, o que leva ao grande desinteresse pela busca por informação. Essa parcela da população, desinformada, não formula opiniões pessoais coerentes. Essa população portanto teria a tendência de seguir a opinião da maioria, mesma que ela esteja errada. Portanto já seria um bom começo o veto a divulgação de pesquisas eleitorais pelo menos 3 meses antes da eleição.

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  7. Concordo com o 1º comenterista. Fui delegado do partido nos dois turno (cidade do interior da Bahia) e as seções no segundo turno estavam vazias, diferente do 1º turno. E mesmo assim a abstenção entre os turnos foi praticamente a mesma. Muito estranho. Eu acompanhei a eleição do lacramento das urnas até a transmissão dos dados. Um detalhe interessante é que o tre-ba na auditoria das urnas na cerimônia de lacramento "indica" que se faça auditoria na urna 01. Ora, se é auditoria não seriam os representantes dos partidos quem deveriam escolher a urna a ser auditada. Que sentido tem em chamar isso de auditoria. Será que as outras urnas, virtuais digasse de passagem, não estariam bombadas com votos dos donos do país. Coronel o negócio tá feio. Enquanto as eleições forem realizadas com urnas virtuais e não reais (que emitam um comprovante de votação para cada eleitor) viveremos décadas de um regime esquerdopata. Dominados por essa organização criminosa travestida de partido entitulada PT.

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