Jornalismo é uma coisa, "panfletismo" é outra coisa.

Hoje o jornalista Ricardo Noblat gasta a sua bala de prata contra a candidatura de José Serra, a quem já havia declararado derrotado no primeito turno. Aliás, como havia declarado Geraldo Alckmin em 2006, tornando-se motivo de piada por longo tempo. E começa, no seu texto,  que também foi publicado em O Globo, dizendo que José Genoíno era um sábio e não um corrupto. Bom começo. Noblat  tenta provar, baseado em ilações (não é assim que petista fala?) que Serra é tão abortista quanto a Dilma, contrariando todas as declarações do candidato tucano. Vejam:

"Porque em consciência (Serra) era – como continua sendo – favorável ao direito da mulher de somente ser mãe na hora que quiser. Esse, por sinal, era um dos muitos pontos que aproximavam o pensamento de Serra do pensamento da socióloga Ruth Cardoso, amiga dele e mulher do então presidente Fernando Henrique Cardoso."

O blogueiro de O Globo não pode fazer tal afirmação. Está faltando com a verdade. A posição externada por José Serra é totalmente outra.  No entanto, colocada a falsa premissa, Noblat continua rotulando Serra baseado em suas opiniões, jamais em fatos:

" (Serra) Dá um show de cinismo quando mistura uma coisa com a outra ou quando finge ser contra o que nunca foi."

Ricardo Noblat, por sua vez, dá um show de anti-jornalismo, pois não possui nenhuma declaração de José Serra dizendo-se favorável ao aborto. Portanto, está tirando conclusões sobre o nada e publicando uma inverdade. Por fim, Noblat, como não encontra no plano terreno nada que possa condenar Serra,  conclama Deus para castigar o candidato. Vejam que pérola:

"A posição de Serra sobre o aborto é igual a de Dilma sem tirar nem pôr. O acerto de Serra, se ele tiver sorte, será com a Justiça divina."

Santo Deus! A gente poderia falar muito mais sobre o tema. Mas aqui vai um desafio. Que ele encontre algo como o vídeo abaixo, para provar que a posição de Serra é igual à posição da Dilma sobre o aborto. Se não encontrar, junte-se ao Paulo Henrique Amorim, ao Luiz Carlos Azenha, ao Luiz Nassif, pois é lá o seu lugar.