Do Diogo Mainardi, na Veja desta semana, com o título "O Hip Hip da Petrobras":
O hip hop da Petrobras é de MV Bill. Ele canta: "Sou rapper bem! Sou aliado dos manos". Eu pergunto: quais manos? Algumas semanas atrás, a CPI da Petrobras recebeu uma planilha contendo os contratos assinados pelo departamento de marketing da empresa. Os contratos cobriam só um ano: 2008. E cobriam só uma área da empresa: a área de abastecimento, que até abril deste ano era chefiada pelo petista baiano Geovane de Morais, nomeado por outro petista baiano, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
Uma das empresas incluídas na planilha encaminhada à CPI despertou meu interesse: R.A. Brandão Produções Artísticas. Em 2008, ela ganhou mais de 4,5 milhões de reais da Petrobras, em 53 contratos. Ela fez de tudo: de cartilha sobre o meio ambiente (98 000 reais) até bufê em obras de terraplanagem (21 000); de dicionário de personalidades da história do Brasil (146 000) até "design ecológico em produtos sociais" (150 000).
MV Bill, o "aliado dos manos", surgiu nesse momento. Em 2007, ele publicou Falcão: Mulheres e o Tráfico, editado pela Objetiva. O livro é assinado também por Celso Athayde, seu empresário e seu parceiro numa ONG: a Central Única das Favelas – Cufa. A particularidade do livro é a seguinte: seus direitos autorais, em vez de pertencerem a MV Bill e a Celso Athayde, pertencem à fornecedora da Petrobras, a R.A. Brandão Produções Artísticas.
Perguntei a Roberto Feith, da Objetiva, o que MV Bill tinha a ver com a empresa contratada pela Petrobras. Ele se negou a responder. Uma repórter de VEJA fez a mesma pergunta à assessoria de MV Bill, que atribuiu a Celso Athayde a responsabilidade integral pelo projeto do livro. Celso Athayde, por sua vez, ao ser indagado desligou o telefone. Como canta MV Bill, em Como Sobreviver na Favela: "A terceira ordem é boca fechada, que não entra mosca e também não entra bala".
A R.A. Brandão Produções Artísticas está registrada em nome de Raphael de Almeida Brandão. Ele tem 27 anos. O capital da empresa, segundo a Junta Comercial, é de 5 000 reais. Como uma empresa dessas, de fundo de quintal, conseguiu ganhar 4,5 milhões de reais da Petrobras é uma pergunta que tem de ser respondida pela CPI. Trata-se de uma empresa de fachada? Ela é controlada por MV Bill e Celso Athayde? Ela realmente recebeu pelos direitos autorais de Falcão: Mulheres e o Tráfico ou limitou-se a fornecer notas frias aos seus autores? Nesse caso, ela forneceu notas frias aos "manos" da Petrobras?
Mas há um fato ainda mais escabroso. A R.A. Brandão Produções Artísticas está sediada na casa de Raphael de Almeida Brandão. No mesmo local está sediada também uma segunda empresa: a Guanumbi Promoções. De acordo com os documentos da CPI, a Guanumbi Promoções recebeu – epa! – 3,7 milhões de reais da Petrobras. Somando as duas empresas, portanto, foram mais de 8,2 milhões de reais, em 102 contratos. Na maioria das vezes, elas emitiram notas para os mesmos eventos, com as mesmas datas. Foi assim no caso de uma festa em Mossoró, no Rio Grande do Norte, de um evento de Fórmula Indy, em Indianápolis, e de um agenciamento do Hotel Blue Tree, para a Fórmula 1, em que uma empresa faturou 159 000 reais e a outra faturou 146 000 reais.
MV Bill sabe como sobreviver na favela. Ele sabe melhor ainda como sobreviver na Petrobras
Uma das empresas incluídas na planilha encaminhada à CPI despertou meu interesse: R.A. Brandão Produções Artísticas. Em 2008, ela ganhou mais de 4,5 milhões de reais da Petrobras, em 53 contratos. Ela fez de tudo: de cartilha sobre o meio ambiente (98 000 reais) até bufê em obras de terraplanagem (21 000); de dicionário de personalidades da história do Brasil (146 000) até "design ecológico em produtos sociais" (150 000).
MV Bill, o "aliado dos manos", surgiu nesse momento. Em 2007, ele publicou Falcão: Mulheres e o Tráfico, editado pela Objetiva. O livro é assinado também por Celso Athayde, seu empresário e seu parceiro numa ONG: a Central Única das Favelas – Cufa. A particularidade do livro é a seguinte: seus direitos autorais, em vez de pertencerem a MV Bill e a Celso Athayde, pertencem à fornecedora da Petrobras, a R.A. Brandão Produções Artísticas.
Perguntei a Roberto Feith, da Objetiva, o que MV Bill tinha a ver com a empresa contratada pela Petrobras. Ele se negou a responder. Uma repórter de VEJA fez a mesma pergunta à assessoria de MV Bill, que atribuiu a Celso Athayde a responsabilidade integral pelo projeto do livro. Celso Athayde, por sua vez, ao ser indagado desligou o telefone. Como canta MV Bill, em Como Sobreviver na Favela: "A terceira ordem é boca fechada, que não entra mosca e também não entra bala".
A R.A. Brandão Produções Artísticas está registrada em nome de Raphael de Almeida Brandão. Ele tem 27 anos. O capital da empresa, segundo a Junta Comercial, é de 5 000 reais. Como uma empresa dessas, de fundo de quintal, conseguiu ganhar 4,5 milhões de reais da Petrobras é uma pergunta que tem de ser respondida pela CPI. Trata-se de uma empresa de fachada? Ela é controlada por MV Bill e Celso Athayde? Ela realmente recebeu pelos direitos autorais de Falcão: Mulheres e o Tráfico ou limitou-se a fornecer notas frias aos seus autores? Nesse caso, ela forneceu notas frias aos "manos" da Petrobras?
Mas há um fato ainda mais escabroso. A R.A. Brandão Produções Artísticas está sediada na casa de Raphael de Almeida Brandão. No mesmo local está sediada também uma segunda empresa: a Guanumbi Promoções. De acordo com os documentos da CPI, a Guanumbi Promoções recebeu – epa! – 3,7 milhões de reais da Petrobras. Somando as duas empresas, portanto, foram mais de 8,2 milhões de reais, em 102 contratos. Na maioria das vezes, elas emitiram notas para os mesmos eventos, com as mesmas datas. Foi assim no caso de uma festa em Mossoró, no Rio Grande do Norte, de um evento de Fórmula Indy, em Indianápolis, e de um agenciamento do Hotel Blue Tree, para a Fórmula 1, em que uma empresa faturou 159 000 reais e a outra faturou 146 000 reais.
MV Bill sabe como sobreviver na favela. Ele sabe melhor ainda como sobreviver na Petrobras
Alô Amigos
ResponderExcluirMas este tal de MV não foi dar uma "força"aos nossos soldados do Haiti?.
Será que tem contrato de algum show por lá?ou comeu bolachas de areia cenográficas?.
ai minhas bolachas
abraços
Caro Coronel. O que Mainardi escreve aí, não pode ser verdade, é impossível. E se for verdade, então estamos realmente no fim da picada. Não há mais esperança de que um dia as coisas melhorem. Está tudo dominado.
ResponderExcluirO povo brasileiro caquético!
ResponderExcluirO imprensa brasileira muda!
E´tanto absurdo, tanta corrupcao e essa gente nao reage?
Como sempre esta grave denúncia não vai dar em nada. tudo que cerca o presidente lulla é mantido rigorosamente como está. penso até em não me indignar mais com estas mazelas, fingir que não existem e se possível arrumar uma boquinha destas, não sem antes me filiar a algum partido do guarda-chuva do planalto. Mas falando sério, até quando a massa de brasileiros vai ficar ausente? Será que estas informações só estão chegando a quem lê (lembrando que ler jornal dá AZIA)? É uma sequência de fatos desenfreada que só aparecem porque os Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Coturno Noturno e alguns outros não deixam que as mesmas repousem nos escaninhos das Empresas do Governo e das ditas ONGs deste Brasil grande e bobo. Edson
ResponderExcluirCoronel,
ResponderExcluirNão sei o que é ADJUDICAÇÃO, mas é adjudicação demais, não ?
Leiam :
Institucional - 10/08/2007 18:53
Aviso de adjudicação e homologação de licitação
Pregão do Convênio MTur/OF-RJ/Nº 167/2007
A Diretora Presidente do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro – OF/RJ, através da Comissão de Licitação instituída em 20 de julho de 2007, torna pública a HOMOLOGAÇÃO efetivada no dia 10 de agosto de 2007 da Licitação executada na modalidade Pregão nº. 001/2007, declaradas como vencedoras as empresas:
Avatar 2001 Produções Artísticas Ltda., CNPJ nº.04.272.311/0001-60;
R A Brandão Produções Artísticas, CNPJ nº. 05.772.756/0001-72;
R A Silva Cabral Produções Artísticas, CNPJ nº.04.983.650/0001-11;
M. de A. Caldas Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 04.480.742/0001-12; e
Guanumbi Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 06.536.800/0001-08.
Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2007.
Elionalva Sousa Silva
Presidente do Observatório de Favelas/RJ
http://www.observatoriodefavelas.org.br/observatoriodefavelas/projetos/mostraNoticia.php?id_content=434
Coronel,
ResponderExcluirVejamos :
O PORTAL :www.observatoriodefavelas.org.br
https://registro.br/cgi-bin/whois/#lresp
Tem o CNPJ : documento: 006.055.395/0001-06
responsável: Elionalva Sousa Silva
endereço: Rua Teixeira Ribeiro, 535, Maré
endereço: 21044-251 - Rio de Janeiro - RJ
país: BR
telefone: (21) 38883220 []
E na Receita Federal informa :
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL
94.30-8-00 - Atividades de associações de defesa de direitos sociais
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS
94.93-6-00 - Atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte
94.99-5-00 - Atividades associativas não especificadas anteriormente
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
305-0 - ORGANIZACAO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PUBLICO (OSCIP)
DATA DA SITUAÇÃO CADASTRAL
21/11/2003
Eu fico me perguntando porque matérias como esta só são feitas por Diogo Mainardi.
ResponderExcluirTemo que não seja por mera preguiça que a maioria do jornalismo não vá fundo em investigações sobre a Petrobrás.